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PLANO FERROVIÁRIO DA BAHIA APRESENTA CORREDORES ESTRUTURAIS E NECESSIDADE DE INTEGRAÇÃO LOGÍSTICA

Tácio Caldas - 22/03/2023 16:05 - Atualizado 27/03/2023

Projeto busca o desenvolvimento da Bahia com planejamento futuro atento às oportunidades no Brasil e no mundo.

Este é o principal objetivo do Plano Estratégico Ferroviário da Bahia, que foi tema de uma reunião realizada, na última quarta (22), na Secretaria Estadual do Planejamento, que foi utilizada para apresentação do estudo desenvolvido pela Fundação Dom Cabral (FDC). O encontro contou com a presença de secretários estaduais, gestores públicos e diretores de entidades empresariais.

De acordo com o o Coordenador do Núcleo de Infraestrutura, Supply Chain e Logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, no cenário estudado foram reveladas as oportunidades em infraestrutura ferroviária e uma proposta de reestruturação da malha, a partir da demanda de transporte e análises de pré-viabilidade das malhas propostas.

“A metodologia da modelagem que a gente utiliza na elaboração do plano ferroviário é baseada em três pilares: o primeiro pilar é o que a gente chama de matriz de origem-destino, que tem que ser completa, não pode olhar somente uma determinada região. Tem que olhar toda a dinâmica do fluxo de cargas no Brasil”, explicou o coordenador.

Ele continuou dizendo que, além de analisar a dinâmica dos fluxos de 18 tipos de cargas no país, o plano possui uma rede da infraestrutura mapeada. “Trabalhamos com mais de 30 mil km de ferrovias prontas e a construir, que complementariam a malha ferroviária brasileira, mais de 200 mil quilômetros de rodovias e cerca de 15 mil km de hidrovias. É nessa rede que a matriz de origem destino se assenta”, detalhou Paulo Resende.

Para detalhar como funciona essa simulação no planejamento do transporte de cargas, cuja modelagem é feita por um software alemão PTV Visum (Transportation Planning Software), o coordenador da FDC comparou os mapas de carregamentos gerados com os custos mais atrativos, a um princípio utilizado há muitos anos na medicina.

“Quando você vai fazer um cateterismo para descobrir veias e artérias bloqueadas, na medicina é injetado iodo, no sistema de planejamento do transporte nós injetamos as cargas atuais e futuras. Quando isso acontece, o sistema vai colorindo a infraestrutura existente, que vai ficando, muitas vezes, congestionada, então, você precisa fazer uma intervenção para que ela tenha maior capacidade de transporte”, justificou Resende

Do outro lado, quem também falou sobre o potencial econômico da Bahia, foi o diretor executivo da Associação de Usuários dos Portos da Bahia (Usuport), Paulo Villa. De acordo com ele, isto é possível em função da localização geográfica do estado que possui uma das maiores costas brasileiras, com 11 portos e Terminais de uso privado (Tups), que favorece não só a integração regional, como o fluxo de embarcações que navegam as rotas transoceânicas.

“A Baía de Todos os Santos deveria ser a maior plataforma de logística do Brasil. É um dos melhores sítios portuários do mundo, já que temos uma das operações mais baratas. Nós temos um canal de acesso profundo, natural, que não precisa ser dragado e uma acessibilidade muito rápida para entrar e sair do Porto de Salvador, além de uma dádiva divina que é o clima, que nos permite operar 24 horas por dia nos 365 dias. Embora a gente esteja exposto ao vento sul, nós temos 2.400 metros de quebra-mares. Mas não existe porto sem ferrovia, nem ferrovia sem porto”, conclui, Villa.

O Plano Ferroviário da Bahia, para superar o (s) obstáculo (s) ao desenvolvimento, o projeta a implantação de uma malha ferroviária integrada ao restante do país, a conclusão da Ferrovia da Integração Leste-Oeste (FIOL), e a reconfiguração dos trechos ferroviários existentes, que integram corredores estruturais importantes: Salvador – Belo Horizonte, Salvador – Juazeiro e Salvador – Recife, ao indicar a correção de traçado e a implantação de bitolas largas, com 1.60 m, ou mistas, com tamanhos entre 1, 00 e 1,60 m, quando necessário.

 

 

Foto: Yago Matheus/Setre

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