Os papéis do UBS recuavam cerca de 10% por volta das 6h (horário de Brasília) desta segunda-feira (20), um dia após o banco anunciar a aquisição do Credit Suisse por US$ 3,2 bilhões.
As ações do UBS chegaram a cair 16% no início do pregão, a maior queda em um dia desde 2008. As ações do Credit caíam mais de 60% por volta do mesmo horário.
Tradicionalmente, os investidores tendem a não receber muito bem notícias de fusões e aquisições, já que existe uma dúvida por parte do mercado sobre quanto tempo a operação de compra trará retorno financeiro para quem está comprando (no caso, o UBS). A queda nas ações do Credit Suisse, por sua vez, era menos esperada. Na teoria, investidores tendem adquirir ações de uma empresa que está sendo comprada por apostar numa valorização no futuro. Porém, não foi o que aconteceu até o início da manhã desta segunda (20).
A desvalorização aconteceu após o anúncio da compra por parte do UBS obrigar que os títulos do Credit Suisse perdessem totalmente o valor. Os investidores costumam comprar esses produtos de investimento na espera de aproveitar uma possível valorização. A aquisição pelo USB foi anunciada poucos dias depois de o principal acionista do Credit Suisse dizer que não colocaria mais dinheiro na instituição financeira por questões regulatórias. Por conta disso, as ações do banco despencaram, o que causou temor no mercado. Papeis de outros bancos europeus – e de outras partes do mundo – também começaram a cair.
Diante desse cenário, o Banco Central da Suíça anunciou que planejava injetar recursos no Credit Suisse para evitar a quebra da instituição financeira. Esse resgate ainda pode ser feito caso a compra pelo UBS não for concretizada. “Deve ficar claro que depois de mais de uma semana de pânico bancário e duas intervenções organizadas pelas autoridades, esse problema [do Credit Suisse] não vai desaparecer. Muito pelo contrário, tornou-se [um problema] global”, diz Mike O’Rourke, estrategista-chefe de mercado da companhia Jones Trading.
Foto: Fabrice Coffrini/ AFP
Fonte: G1