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GOLPE DAS CRYPTO: PROMESSA DE 5% AO MÊS É QUASE IMPOSSÍVEL. VEJA

João Paulo - 14/03/2023 07:20 - Atualizado 14/03/2023

A grande noticia esportiva do domingo ficou bem longe dos gramados. O mercado financeiro acordou ontem (13) segundo perplexo com o caso de prejuízo milionário que os jogadores do Palmeiras que tiveram ao investirem em uma empresa de criptomoedas.

A empresa tinha uma promessa de lucro de 5% ao mês, garantida em contrato, porém esses números estão completamente fora da realidade dos principais produtos financeiros disponíveis no mercado.

Conforme o Fantástico mostrou  o meia Gustavo Scarpa (atualmente no Nottingham Forest FC) investiu R$ 6,3 milhões em criptomoedas, em uma aplicação indicada por Willian Bigode (atualmente no Fluminense). Um lucro de 5% ao mês seria o equivalente a quase 80% ao ano — quase seis vezes mais do que a taxa Selic, que é referência para os juros no país.

“Quando a gente fala de investimentos, tudo que vai acima da taxa Selic começa a ter risco. Quanto maior é a rentabilidade possível, maior a possibilidade de perda. O risco é isso: tem chance de ganhar e tem muita chance de perder”, explica Thiago Godoy, educador financeiro da Rico. Como mostrou o g1 nesta segunda-feira (13), Scarpa poderia ter rendimentos próximos de R$ 1 milhão ao ano com uma carteira de investimentos conservadora e bastante segura.

Dentro dos títulos de renda fixa, há três divisões principais e que costumam ter rentabilidade atrelada à Selic, à inflação pelo IPCA ou por uma taxa prefixada. Em todos, os juros pagos ao investidor não fogem do patamar dos juros básicos do país. O Tesouro Selic ou títulos de renda fixa atrelados ao CDI rendem próximos à taxa básica de juros, hoje em 13,75% ao ano. Os títulos vinculados ao IPCA costumam pagar a inflação do período mais um extra de 6% a 8% — que também não passam dos 15%. Os prefixados também rondam esse degrau e pagam as taxas prometidas no momento de investir.

A única possibilidade de buscar taxas mais altas é partindo para a renda variável. Mas especialistas fazem questão de frisar que a rentabilidade anterior desses ativos não pode ser usada como garantia de algo similar no futuro. Ou seja: é possível que uma ação na bolsa, por exemplo, valorize 5% em um mês (ou 80% em um ano). Mas é impossível assegurar que fará o mesmo no ano seguinte. “Isso pode acontecer durante um período, com uma ou outra empresa. Por isso que a gente sempre fala sobre a diversificação de investimentos: uma empresa que valoriza muito é ótimo, mas ela pode desvalorizar muito mais do que isso. Um exemplo muito recente disso é a Magazine Luiza”, explica o educador.

Foto: Cesar Greco/Agência Palmeiras

Fonte: g1

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