A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) acredita que o caso confirmado de vaca louca no Pará que levou o governo federal a suspender as exportações de carne bovina
para a China não deverá provocar perdas aos exportadores brasileiros, mas somente um adiamento das vendas. Em nota enviada à imprensa, a AEB diz que, por se tratar de um caso isolado, a expectativa é que não haja contaminação do rebanho.
O fato do Brasil tornar público o problema e paralisar os embarques, também impacta positivamente e tende a acelerar a retomada das exportações, que giram em torno de US$ 500 milhões por mês, diz a AEB. “O impacto tende a ser bem menor do que em 2021, último registro de vaca louca no país”, diz José Augusto de Castro, presidente-executivo da AEB. Segundo ele, o protocolo foi cumprido, tudo está sendo feito com correção e transparência. Além disso, afirma, não há carne sobrando no mercado, nenhum país conseguirá suprir a demanda da China no lugar do Brasil.
“Por isso, acreditamos que em aproximadamente 30 dias a situação seja normalizada e em abril o comércio de carne bovina volte aos patamares habituais”, acrescenta. Segundo a AEB, o Brasil é o maior exportador de carne bovina, abastecendo 22% do mercado global. Os preços do produto estão em queda. Em janeiro desse ano, a cotação era de US$ 4,8 mil por tonelada contra US$ 5,2 mil do mesmo mês do ano passado, uma redução de 7,5%.
“É interessante verificar que a quantidade embarcada da carne aumentou 10,8% em janeiro”, afirma Castro. As estatísticas mostram a cotação do produto em declínio, inclusive no mercado interno. Se parte do volume que iria para a China for desviado para atender o consumo interno, a queda por aqui pode se intensificar, conclui Castro. As ações das empresas de proteína estão em alta hoje na Bovespa, com Minerva em alta de 1,75%, JBS, de 4,19% e BRF, de 0,94%. Já Marfrig recua 0,16%. Na semana, porém, as ações acumulam queda, de 6,22% na Minerva, 0,27% na JBS, 5,8% na BRF e 5,02% na Marfrig.
Fonte: Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB)
Foto: divulgação
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