O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ainda hoje que a receita do governo em janeiro ficou R$ 19 bilhões acima do previsto, sendo R$ 6 bilhões de dividendos da Petrobras que deveriam
ter distribuído em dezembro. “Mas foram R$ 13 bilhões a mais”, destacou, observando que há espaço para melhora das receitas do governo. Segundo ele, há mudanças que beneficiam a arrecadação, como as mudanças no Conselho de Recursos Fiscais, o Carf, a reoneração de combustíveis, que deverá ter uma decisão neste mês, e a revisão dos gastos do governo, o que deve levar o país a um déficit primário de 1% do PIB neste ano. “Se continuarmos nessa toada, que tem anualidade, se for nessa toada, a cada mês, vai-se projetando um cenário melhor”, afirmou.
Ele destacou, porém, que não existe em lugar do mundo que se olha apenas para a autoridade fiscal. O ministro criticou ainda o Banco Central, afirmando que “lamenta que a autoridade monetária se deixa levar por ruído, quando tem de ir por fundamento, tem de ir pelo real, e não pode se deixar levar pelo estresse momentâneo”. Em seguida, ele citou o caso da Americanas, que “provocou um tombo de 0,5% do PIB, e estamos esperando até agora um pronunciamento”.
Segundo Haddad, o caso só veio à tona “por causa da taxa de juros, se não podia rolar aquela bagunça por mais 4, 5 anos”. Ele citou o impacto em outras empresas, afirmando que “foi uma fraude, mas daqui dois ou três meses, aquele que trabalhou direitinho, será que vai suportar isso?”. Por isso, disse, tem de haver combinação das políticas. Ele acrescentou que “todo dia se conversa, Fazenda e BC, não tem como não se falar” e que “entendo que é ruído, o nervosismo toma conta, tem muitos recursos envolvidos, mas não vejo motivo para se preocupar com isso neste momento”, afirmou. “Precisamos nos preocupar com os problemas reais, que podemos solucionar”.
As informações são do governo federal
Foto: Washington Costa/MF