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INVESTIMENTOS BATEM R$ 5 TRI EM 2022 PUXADOS POR RENDA FIXA

João Paulo - 11/02/2023 16:30 - Atualizado 12/02/2023

Segundo informações da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais, o volume financeiro investido por pessoas físicas no país atingiu R$ 5 trilhões no ano passado. Um aumento de 11,7% sobre os R$ 4,5 bilhões em 2021. Foi a primeira vez que as aplicações atingiram esse valor, segundo a Anbima.

Desse total, R$ 3,9 trilhões são aplicações de varejo e varejo de alta renda, que cresceram 14,59%, e R$ 1,9 trilhão do private bank, de clientes com mais de R$ 3 milhões investidos, e que aumentou 7,3% em 2022.

O número de contas também cresceu, 8% no private, para 153,1 mil, e 12,3% no varejo, ou 15 milhões de contas, para 143,6 milhões. A alta das aplicações foi puxada principalmente por investimentos de renda fixa, como Certificados de Depósito Bancário, ou CDBs, Letras de Crédito Imobiliário, as LCIs, Letras de Crédito do Agronegócio ou LCA, e Letras Imobiliárias Garantidas, as LIGs. Todos registraram forte crescimento em 2022.

“Em um cenário de inflação e alta taxa de juros, é natural que os investidores aloquem seus recursos em produtos mais conservadores e com isenção de imposto de renda em busca do conhecido tripé de rentabilidade, liquidez e segurança”, afirma Ademir Correa Junior, presidente do Fórum de Distribuição da Anbima. Por tipo de investimento, a renda fixa passou a representar 60,3% das aplicações das pessoas físicas, ante 56,8% em dezembro de 2021, enquanto a renda variável recuou, de 19,5% para 17,1%.

“Com juro alto, guerra na Ucrânia, incertezas na economia, os investidores procuraram o porto seguro da renda fixa e reduziram a renda variável”, explica Correa Junior. No volume financeiro por instrumento de renda fixa, os títulos e valores mobiliários tiveram o maior crescimento da série história iniciada em 2017, com 25,8%, seguidos por fundos, com aumento de 4,2% no ano, enquanto a poupança perdeu 4,0%.

Já ações registraram queda de 4,2% no ano. Entre os títulos e valores mobiliários, CDBs e LCA puxaram o crescimento por volume, com aumentos no ano de 25,5% e 76%, respectivamente. Com menores valores, mas forte crescimento, as aplicações em LCI cresceram 67,6% e as Letras Hipotecárias Garantidas, 87,7%. As debêntures incentivadas, com isenção de imposto de renda, registraram crescimento de 30,4% em 2021, enquanto as tradicionais aumentaram 58,5%.

“Estamos vendo o cliente abrindo mão de liquidez em troca de Selic mais alta e da isenção de imposto, que ganham destaque na preferência dos investidores”, diz Correa Filho. Segundo ele, os sinais de janeiro são de que a tendência de preferência por renda fixa e menor risco deve continuar este ano, diante de um juro básico ainda alto e instabilidades, como a guerra na Ucrânia. Nos fundos, essa busca por proteção provocou uma redução de 2,1% nos fundos multimercados. Os fundos de ações registraram crescimento, de 3,5%, concentrados no varejo, enquanto no private houve queda de 7,4% nas aplicações.

Foto: divulgação

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