Depois de dois anos sem os festejos devido às restrições da Covid-19 a tradicional lavagem de itapuã retorna na próxima quinta-feira (9). A festa que atrai baianos e turistas, este ano completa 118 anos.
A celebração compõe o calendário das festas populares da Bahia e é a última antes da abertura oficial do Carnaval na capital.
A lavagem de Itapuã é uma das manifestações religiosas e culturais mais famosas de Salvador. A celebração consiste em lavar as escadarias da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia de Itapuã. Um dos membros da Comissão Organizadora, Celso D’Niçu, conta como a comunidade participa ativamente dos festejos. “A festa começa a partir das 2h com a saída do Bando Anunciador. Durante a madrugada inteira, estaremos pelas ruas do bairro com charangas e batucadas anunciando o início da lavagem. Em seguida tem a Lavagem Nativa, que é feita por moradores do bairro há aproximadamente 35 anos”, afirma Celso.
Para manter a tradição, todos os anos a Lavagem de Itapuã homenageia personalidades ligadas à cultura e ao bairro. Este ano, os escolhidos foram a Ministra da Cultura, Margareth Menezes e Josélio de Araújo, presidente do bloco afro Malê Debalê. Durante os festejos, os homenageados são convidados a acompanharem o cortejo no carro alegórico ou caminhando em terra junto com os demais participantes. Este ano, também a festa conta com o apoio da Prefeitura por meio da Empresa Salvador Turismo (Saltur) e do Governo do Estado.
A lavagem de Itapuã, além de ser uma festa secular que atravessa gerações é carregada de histórias e simbolismos. Itapuãzeiros, devotos e baianas fazem parte dos festejos. Celso D’Niçu fala da novidade deste ano que não foi bem recebida por quem organiza a festa. “Depois de dois anos sem a lavagem, infelizmente a novidade deste ano é a ausência da escadaria da Igreja. No entanto, o apoio da Prefeitura e do governo do Estado faz com que a festa este ano seja muito mais forte”, declara.(TB)
Foto: Romildo de Jesus