Vários bancos subiram suas projeções para o juro básico deste ano e do próximo após o Comitê de Política Monetária do Banco Central indicar preocupação com as primeiras sinalizações do governo de Luiz Inácio Lula da Silva para as contas públicas e metas de inflação.
A maioria deixou de esperar uma queda da Selic, hoje em 13,75%, neste ano, como era consenso no ano passado. O BNP Paribas subiu sua estimativa para a Selic no fim deste ano de 12,0% para 13,75% e para 2024, de 9,00% para 11,50%. Segundo relatório do banco francês, o comunicado do Copom teve um tom duro, ou “hawkish”, refletindo a piora das expectativas de inflação.
E alerta que o risco é que o governo pode fixar uma meta de inflação mais alta em 2026 na reunião do Conselho Monetário de junho, o que tornaria o cenário ainda mais desafiador para o BC. O banco também subiu a estimativa para a inflação do IPCA deste ano, de 5,5% para 6,5%, e para 2024, de 4,0% para 5,0%, diante de um novo equilíbrio macroeconômico.
Já o UBS BB elevou a estimativa para a Selic no fim deste ano de 11,25% para 12,25%, enquanto para 2024 a estimativa passou de 9,0% para 9,5%. O banco ainda espera um corte na taxa neste ano por conta da previsão de que a inflação deste ano fique abaixo do previsto no Focus, juntamente com uma revisão para baixo das projeções de longo prazo do mercado.
Já o BTG Pactual avalia que a piora das expectativas para a inflação citada pelo Copom traz um risco relevante de que mesmo o pequeno corte de 1,0 ponto percentual que o banco esperava para a Selic no quarto trimestre deste ano não se materializará e que o cenário de estabilidade do juro neste ano se tornou o mais provável. Um cenário alternativo, de cortes este ano, diz o BTG, dependerá da solução das incertezas fiscais e uma melhora das expectativas de inflação, fatores que prometem ser desafiadores.
A decisão do Copom afetou especialmente os juros futuros para 2024, que subiram de 12,78% para 12,94%. Os juros futuros projetam para este ano 13,62%, ante 13,53% no fechamento de ontem. Já o dólar futuro voltou a ficar acima de R$ 5,00, negociado a R$ 5,009, queda de 1,4%, depois de atingir a mínima de R$ 4,963, menor preço desde fevereiro de 2020.
Foto: divulgação
Copyright © 2023 Bahia Economica - Todos os direitos reservados.
