Economista entrevistado pelo Bahia Econômica detalha essa situação e diz que o desconto aplicado em Salvador é bom
Por Tácio Caldas
Desde a segunda quinzena de janeiro que os soteropolitanos tem em mãos a guia de pagamento da cota única ou da primeira parcela do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) de 2023. No entanto, muitos ainda se perguntam se vale a pena pagar o valor do imposto na cota única, com 7% de desconto, ou se o melhor seria realizar o parcelamento dessa dívida.
Pensando nisso, a equipe do Bahia Econômica conversou com o economista Edísio Freire sobre o assunto e ele esclareceu as vantagens e desvantagens sob as formas de pagamento do IPTU 2023. De acordo com ele, “as prefeituras fazem esse incentivo para que a população pague de forma antecipada o imposto predial”. Freire diz ainda que isto “vai variar entre os municípios” e esta “é uma forma que eles encontram para terem suas receitas antecipadas”.
O economista destaca também que o desconto dado à cota única de Salvador é boa, apesar de estar abaixo do que é ofertado por municípios vizinhos. “Apesar de você ter ai uma perspectiva de inflação projetada de 5,6%, o desconto de 7% não é ruim. Pelo menos ele se aproxima e supera um pouquinho a inflação. Então imagine que o processo inflacionário é a perda do poder de compra, então quando você fala que terá uma desvalorização de 5,6% por ano e um dos gastos eu consigo ter um desconto de 7% ao ano, eu tenho uma vantagem em relação a isso”, declarou Freire.
Edísio Freire destrincha ainda as opções que o cidadão tem e como eles podem pensar na hora de decidir por qual caminho optar. “Se você pegar esse mesmo valor e deixar aplicado em um produto de renda fixa que renda pelo menos 100% do CDI, nós estamos falando de uma rentabilidade de em média 14% ao ano. Se você compara com a inflação você terá uma vantagem direta, mas se você comparar com opções de investimento é melhor deixar o dinheiro aplicado. Tudo vai depender da estratégia, da forma e do elemento comportamental de cada contribuinte”, afirmou o economista.
Outro detalhe que é importante o consumidor saber, antes de decidir como pagar o imposto, é sobre a existência ou não de juros no pagamento parcelado do IPTU. De acordo com Freire, se você não pagar a cota única, você não pagará as parcelas com juros. “Isso não significa dizer que não pagando a cota única, mas sim as parcelas, esse desconto se transforma em juros. O juros só vai acontecer se você deixar de pagar o imposto na data de vencimento, ai vai gerar multa e juros sobre a inadimplência, um juros indenizatório. Então a diferença entre os dois pagamentos é relacionado ao desconto como uma forma de antecipar uma receita para o município”, declarou Edísio Freire.
Foto: Reprodução/Redes Sociais