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BAHIA EXPORTOU US$ 13,9 BILHÕES EM 2022, MAIOR VALOR DESDE 1997

Redação - 27/01/2023 13:00 - Atualizado 27/01/2023

A Bahia bateu recorde de exportação em 2022. Segundo números da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), o comércio exterior na Bahia alcançou uma cifra de exportações jamais vista desde o início da série histórica. Foram US$ 13,9 bilhões, contra 9,9 bi alcançados em 2021 (+39,9%).

Hoje, as exportações baianas ocupam a nona colocação em faturamento, contribuindo com 4,2% do volume nacional. “São valores surpreendentes e positivos. Temos que comemorar esses resultados”, declarou o especialista em Desenvolvimento Industrial Carlos Danilo Peres em conversa com a Tribuna da Bahia.

Dois produtos específicos respondem por praticamente metade das exportações baianas: o óleo combustível (US$ 3,7 bilhões) e a soja, que já costuma figurar na liderança da produtividade agrícola (US$ 2,8 bilhões). Num distante terceiro lugar, figura a celulose em pasta (US$ 785 milhões). Os principais países exportadores são a China, que sozinha tem 24% dessas relações comerciais e a soja como seu principal interesse, seguida por Singapura (15%), compradora do óleo combustível, e os Estados Unidos (7,8%), importando uma série de bens como pneus e celulose.

Mesmo com os altos e baixos vivenciados pelo país asiático desde a adoção da política de Covid zero, a venda das commodities segue firme. “Esses tipos de produtos tem uma demanda muito específica, muito focada, então ela não reage tanto a problemas de consumo, como na China. Mesmo que ela tenha tido uma redução na sua produção, com o PIB caindo em relação ao crescimento que ela veio tendo, ela tem que consumir esses produtos. Eles são a base da economia de muitos países”, disse Peres.

O especialista explica que o comportamento do preço das commodities teve impacto significativo nos resultados das exportações. “Depois da pandemia, de março de 2021 para cá, houve uma espécie de turbulência econômica. Muitos produtores, fábricas fecharam, e os preços de muitos produtos, principalmente dessas commodities, subiram extraordinariamente. Essa elevação no preço desses produtos fez com que beneficiasse a nossa economia”. Para se ter uma ideia, o preço do óleo combustível subiu 42% durante esse período de menor oferta, ao passo que os valores da soja tiveram quase 30% de incremento.

Para 2023, o otimismo é um norte, embora bastante pragmático por conta das tensões do contexto geopolítico mundial, sobretudo a continuidade da guerra na Ucrânia e as incertezas que a pandemia ainda reserva. A desaceleração do crescimento econômico da China também pode ser um entrave, pois ecoa em outros países “As projeções dependem do comércio internacional, da situação na China, Estados Unidos… Infelizmente, esses países que são nossos principais clientes não devem ter uma situação favorável na economia”, avaliou Carlos Danilo Peres. “A projeção para 2023 é que se mantenha num mesmo patamar. Não vai haver redução de preços, porém não vai haver nenhum crescimento espetacular”.

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