O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva falou durante sua viagem a Buenos Aries que nenhuma moeda comum no Mercosul irá ser mais forte ou irá substituir o Real e o Peso. Lula afirmou que o projeto ainda está sendo debatido e a criação da moeda comum deve passar por algumas etapas ainda.
O governo brasileiro também vai pedir para que o memorando sobre integração financeira, que será assinado nesta segunda-feira em Buenos Aires pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu colega argentino Alberto Fernandez, inclua um trecho que deixe claro que a discussão sobre unidade financeira comum entre os dois países não se trata de uma moeda única.
Ou seja, a nova unidade — que pode se chamar sur (sul, em espanhol) — será usada para transações financeiras e comerciais entre os dois países, e não para substituir o real brasileiro ou o peso argentino. O objetivo do Brasil com este pedido explícito no acordo é distensionar o ruído causado com a notícia da possibilidade criação de uma moeda comum sul-americana, ou seja, esclarecer que o sur não substituirá a moeda dos dois países.
Ao chegar em Buenos Aires na noite de domingo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que já tratou sobre o assunto com o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa. Haddad afirmou que ambos estão buscando alternativas para incentivar o comércio naquele país. Haddad e Massa voltarão a tratar do tema nesta segunda-feira.
— A gente está quebrando a cabeça para encontrar uma solução, algo em comum que permita incrementar o comércio. A Argentina é um dos países que compram manufaturados do Brasil, e a nossa exportação para cá está caindo. (A solução para impulsionar o comércio) passa por driblar a dificuldade deles, estamos pensando em várias possibilidades — explicou Haddad.
Foto: CARL DE SOUZA/AFP