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DEBÊNTURES DA AMERICANAS ESTÃO NA SUA CARTEIRA? VEJA O QUE FAZER

Redação - 19/01/2023 07:17 - Atualizado 19/01/2023

Os efeitos do “rombo” de R$ 40 bilhões no balanço da Americanas (AMER3) não influenciaram apenas os acionistas da empresa.

Investidores que tinham dinheiro alocado em fundos de renda fixa com investimentos em crédito privado – como o “Nu Reserva Imediata”, do Nubank (NUBR33), que tinha quase 1% do seu patrimônio aplicado em debêntures da Americanas – viram a rentabilidade apresentar forte recuo.

Segundo analistas consultados pelo BP Money, a melhor opção para o investidor que possui debêntures da Americanas em sua carteira é “aguardar o momento turbulento” passar para só então tomar decisões mais assertivas.“Para o investidor que possui esse ativo em carteira, não há muito o que fazer, pois os títulos chegaram a ser negociados com deságio de 60% e liquidez extremamente baixa. Resta ao investidor aguardar esse momento turbulento e obscuro passar para uma decisão mais assertiva”, explicou Lucas Siqueira, head de renda fixa na WIT Invest.

Os debêntures nada mais são do que um empréstimo que o investidor faz à uma empresa. Os chamados “títulos de dívida” são emitidos pela companhia e o investidor é remunerado por meio de juros.  “A principal vantagem das debêntures é o rendimento acima da média na renda fixa e com isso a possibilidade de ganhos superiores dado ao risco intrínseco”, apontou Siqueira.

No entanto, o maior risco quando se investe em debêntures, como explicou Felipe Moura, sócio e analista da Finacap Investimentos, é que a companhia não consiga pagar o que deve ao credor, que foi o caso da Americanas. Na última segunda-feira (16), a varejista deixou de pagar juros da sua 17ª emissão de debêntures, gerando uma dívida na ordem R$ 2 bilhões.

O caso da Americanas foi um “ponto fora da curva”, segundo analistas, afinal, o “rombo” não foi apresentado em balanços, o que fez com que o investidor não pudesse se prevenir em sua carteira. No entanto, alguns fatores são levados em conta para que os “títulos de dívida” façam parte ou não da exposição de um investidor.

Para Siqueira, o primeiro ponto é levar em conta o perfil do investidor: “Não existe uma resposta exata sobre o melhor momento de acrescentar uma debênture em seu portfólio já que o primeiro passo para essa decisão é entender o perfil do investidor. Geralmente, as debêntures são procuradas por quem tem um perfil moderado por conta dos riscos que exigem uma maior tolerância às perdas”, disse.

Nesse sentido, é importante analisar o risco de crédito daquela emissão, conforme explicou Moura. Existem várias métricas que conseguem ajudar o investidor a entender a saúde financeira da companhia, uma delas é o fluxo de caixa, por exemplo”, apontou. Analisando esses números de uma empresa, é possível, portanto, entender qual o risco que se está tomando no momento de aplicação em um debênture de uma empresa.

Ao colocar o caso da Americanas em perspectiva, outro ponto é reforçado: a diversificação. Para não correr tantos riscos, o analista da Finacap explicou que é importante diversificar o investimento entre diferentes emissores, ou seja, debêntures de empresas diferentes.

“Para decidir a hora de investir em debêntures, é importante considerar primeiro os seus objetivos, existem diversas alternativas que podem, inclusive, mitigar os riscos de default desses ativos como, por exemplo, os títulos com garantia real”, apontou Siqueira.

No caso de reservas de emergência, como era o caso do fundo do Nubank que foi afetado pelo rombo na Americanas, Igor Cavaca, head de gestão de investimentos na Warren, explicou que é importante buscar produtos que aloquem exclusivamente em títulos do tesouro, ou no máximo em ativos bancários de grandes bancos, com rentabilidade atrelada ao CDI. “Produtos que apresentam rentabilidade muito acima do CDI em geral carregam um maior risco de crédito e podem sofrer impactos decorrente de eventos de crédito”, finalizou.

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