Fala contradiz afirmação feita pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, na terça (17). Lula atrelou a isenção com a reforma tributária
Por: Douglas Santana Ferreira
Depois da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, descartar qualquer mudança na tabela do IRRF para o ano de 2023, o presidente Lula (PT) se manifestou sobre sua promessa de campanha nas eleições 2022.
Em reunião com centrais sindicais, nesta quarta (18), o petista voltou a afirmar que vai isentar a cobrança do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
“É preciso colocar o pobre no Orçamento. Vamos diminuir para o pobre e aumentar para o rico. Vocês têm de saber que nós temos de fazer isso, mudar a política tributária para colocar o pobre no orçamento da União e o rico, no imposto de renda”, disse o presidente da República.
Mas Lula atrelou a medida à aprovação da reforma tributária e pediu que os sindicalistas pressionem pela aprovação da reforma como saída para aumentar o imposto dos mais ricos. A última vez que houve ampliação da faixa de isenção foi em 2015, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff.
Na época, o salário mínimo era R$ 788, ou seja, quem ganhava até 2,4 vezes o salário mínimo estavam isentas. Nos dias atuais, aqueles que ganham a partir de 1,5 salário mínimo já precisam pagar o tributo.
“Quero fazer uma mudança no Imposto de Renda. Quem ganha R$ 3 mil paga mais proporcionalmente do que quem ganha R$ 100 mil. Temos que mudar a lógica. Fui eleito para fazer coisas melhores do que eu fiz antes. E é isso que vamos fazer”, reafirmou Lula, nas redes sociais.
Durante o evento com as centrais sindicais, no Palácio do Planalto, Lula assinou despacho para criação de Grupo de Trabalho interministerial que deve formular uma política de valorização do salário mínimo.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo