Lista tríplice foi encaminhada pela associação; três artistas com comprovada experiência em gestão cultural foram indicados
Por Tácio Caldas
A carta foi encaminhada para o governador eleito, Jerônimo Rodrigues, dias antes da aguardada data para os anúncios dos últimos secretários da gestão estadual. As nomeações devem acontecer, provavelmente, na manhã desta quinta-feira (28).
Um dos motivos para o envio do documento foi o fato das escolha de Jerônimo Rodrigues (PT) para as secretarias, uma vez que ele tem selecionado poucos nomes técnicos para as secretarias.
De acordo com a diretora da Associação de Produtores e Cineastas da Bahia (APC-BA), Solange Lima, o setor, e em especial a associação, vê com bastante preocupação a forma como estão sendo feita as composições das secretarias para o futuro Governo da Bahia. “Sim, estamos muito preocupados. Entendemos que a cultura tem que estar acima dos movimentos de composição político-partidárias”, comentou Lima.
A gestora ainda justificou o porque de ser necessário a escolha de uma pessoa do setor cultural ou com bastante trânsito na área para assumir a gestão da pasta.
“É uma área muito delicada, que atravessa absolutamente todas as secretarias do Executivo, por isso precisa ter à frente uma pessoa que possa circular, construindo pontes e alianças com todo o governo. Esperamos, portanto, que a pasta da Cultura seja tratada a partir dessa perspectiva”, destacou Solange Lima
Para a escolha dos nomes que compuseram a lista tríplice enviada para o governador eleito Jerônimo Rodrigues, a APC-BA realizou uma eleição interna após a indisponibilidade da Deputada Estadual Olívia Santana para assumir o cargo. A votação contemplou os nomes de Maria Marighella, Orlando Senna e Pola Ribeiro, todos também com histórico e aptidão para assumir o cargo.
“Conseguimos compor uma lista com cerca de 10 nomes, que foi para votação aberta em vários fóruns culturais, chegando nos três nomes mais votados, que são esses que encaminhamos ao governador eleito e ao futuro secretário da Casa Civil”, destacou Lima.
Mesmo sem a certeza na escolha do nome para a Associação de Produtores e Cineastas da Bahia, se manteve aberta ao diálogo e com esperança de ver o projeto do Bahia Filmes sair do papel.
“Sim, sempre estivemos abertos ao diálogo, nosso papel é esse. Queremos conversar com todo mundo, seja do campo público, seja do campo privado. […] o aceno para a Bahia Filmes, através de um vídeo durante a campanha, soou para nós como sinal de que estamos caminhando para um diálogo”, declarou Solange Lima
Por fim a gestora ainda pontuou algumas questões que precisam ser melhoradas de forma emergencial na Secretaria de Cultura do Estado da Bahia. “[…] é preciso retomar projetos importantes, que foram descontinuados, e atualizar o olhar para as demandas contemporâneas, criando novos projetos, junto com os artistas, técnicos e diversos agentes culturais que atuam nos 27 territórios de identidade da Bahia”, afirmou Lima.
Foto: Fernanda Souza/Foursquare
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