Mubadala Capital, fundo dos Emirados Árabes que controla a Acelen, responsável pela Refinaria de Mataripe, está em vias de controlar a gigante sucroalcooleira Atvos, a antiga Odebrecht Agroindustrial.
A Atvos está em recuperação judicial e num acordo fechado com bancos credores o Mubadala teria a obrigação de injetar R$ 500 milhões no negócio. Em troca, ganharia um desconto de cerca de R$ 2 bilhões no valor da dívida da Atvos, com três anos para começar a pagar e prazo total de 20 anos para acertar todo o débito.
A possibilidade de troca de dívida velha por dívida nova e uma injeção de capital de R$ 500 milhões na companhia estava prevista no plano de recuperação judicial da Atvos, o problema é que o atual controlador da Atvos, o fundo americano Lone Star, que tem uma postura litigante, reagiu contra a operação e tenta reverter a decisão na Justiça, enquanto a Caixa Econômica Federal, que é credora, também, pede mais tempo.
Como a reunião realizada na semana passada para discutir o assunto terminou sem uma decisão, foi definido um novo encontro na próxima quarta-feira, 28, para tentar selar o futuro da companhia. Há quem diga que existe a possibilidade de o TCU barrar a assembleia para analisar os números. Mas o BNDES afirma que considera a troca de controle prevista no plano de recuperação judicial a melhor saída para a companhia e credores.
O Mubadala atua de diferentes maneiras no Brasil, com capital próprio do fundo soberano de Abu Dhabi e com private equity que inclui recursos de terceiros.