Como numa sinfonia cujos acordes mais altos já foram dados, a partitura da política baiana em 2022 se encerra em composição lenta. A sinfonia política de 2022 está prestes a se encerrar e agora restam apenas os acordes estudados, aqueles que lentamente estruturam a música que será tocada em 2023.
Nacionalmente, a Bahia já tem partitura. O governador Rui Costa que vai assumir um dos dois mais importantes ministérios do governo Lula, a Casa Civil; os senadores Jaques Wagner e Otto Alencar serão peças fundamentais na articulação política no Congresso Nacional e a Bahia terá ainda o Ministério da Cultura, comandado por Margareth Menezes que, apesar do fogo amigo (aqui), deve assumir a pasta. Não é pouca coisa e, politicamente, poucas vezes o estado foi tão bem aquinhoado num governo.
No governo do Estado, a música também toca de forma sincopada. O governador eleito, Jerônimo Rodrigues, deve indicar nomes do seu secretariado que já circulam de forma extra-oficial (aqui) nesta semana e não deve ocorrer muitas surpresas. A expectativa maior é quanto às ações governamentais que Jerônimo prometeu anunciar para os seis primeiros meses de governo.
Na Prefeitura de Salvador, a música também segue sincopada, com o prefeito Bruno Reis fazendo os ajustes necessários no secretariado e articulando para ver como se dará a relação com a Câmara de Vereadores. Num fato inédito, o vice-governador eleito, Geraldo Jr., terá forte influência no legislativo municipal, mas nada que não possa ser administrado para viabilizar uma convivência amigável em prol da cidade.
Já o Prefeito ACM Neto mantém-se como secretário-geral de um dos maiores partidos do Congresso Nacional e nessa posição se posicionará na articulação com o governo Lula, ao mesmo tempo que faz oposição ao governo do PT na Bahia.
Pois é, em 2022 o jogo já foi jogado, mas 2023 promete ser cheio de acordes dissonantes. (EP – 19/12/2022).