O recuo nominal do PIB de Salvador, entre 2019 e 2020, se explica pelas quedas nos valores gerados por quase todos os setores produtivos, de um ano para o outro.
Somente a agropecuária, que representava, em 2020, apenas 0,1% do PIB de Salvador, mostrou resultado positivo, avançando 24,6%, em termos nominais, frente a 2019, e gerando um valor de R$ 54,334 milhões.
De um ano para o outro, os serviços privados (exclusive a administração pública), que têm o maior peso na composição do PIB de Salvador, apresentaram a maior perda nominal (-10,3%), resultado sobretudo das restrições às atividades do setor, necessárias durante o primeiro ano da pandemia de COVID-19.
Foi o segundo recuo nominal consecutivo dos serviços na capital (que já haviam mostrado queda de 0,9% de 2018 para 2019), o maior de toda a nova série histórica do PIB dos Municípios (iniciada em 2002) e que levou o valor gerado pelos serviços privados ao patamar de R$ 35,251 bilhões, o mais baixo desde 2015.
Também fez o setor de serviços privados perder um pouco de participação tanto no valor gerado pelas atividades produtivas na capital baiana (valor adicionado bruto), de 71,1% em 2019 para 69,4% em 2020, quanto no PIB como um todo (que soma o valor adicionado bruto aos impostos), de 61,5% para 59,8%.
Entre 2019 e 2020, a indústria de Salvador (-4,4%) teve a sexta retração nominal consecutiva (cai desde 2015), gerando um valor adicionado bruto de R$ 6,493 bilhões. Ainda assim, como recuou menos do que os serviços, o setor manteve sua participação na Economia soteropolitana praticamente estável, com discreta tendência de alta: respondia, em 2019, por 12,3% do valor adicionado bruto e 10,6% do PIB da capital, passando, em 2020, a 12,8% e 11,0%, respectivamente.
Sob efeito dos impactos econômicos da pandemia, até a administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social, que nunca havia apresentado queda nominal do valor gerado, em Salvador, se retraiu entre 2019 e 2020 (-1,9%). A atividade gerou R$ 8,967 bilhões e, como teve o recuo mais brando, ganhou participação na Economia soteropolitana. Passou de 16,5% do valor adicionado bruto, em 2019, para 17,7% em 2020; e de 14,3% para 15,2% do PIB, no mesmo período. O valor gerado pelos impostos, líquidos de subsídios foi de R$ 8,171 bilhões em 2020, com queda nominal de 5,0% frente a 2019 e representando 13,9% do PIB de Salvador.