As maiores restrições nos programas sociais e a ainda incipiente recuperação do mercado de trabalho são explicações conjunturais para o aumento da pobreza monetária em 2021.
Entretanto, o valor real (descontados os efeitos da inflação) do rendimento domiciliar per capita mensal mostra uma trajetória de queda média anual na Bahia desde 2016, sendo o recuo ainda mais intenso para os 10% com os menores rendimentos, ou seja, os mais pobres.
Considerando os cinco anos entre 2016 e 2021, o rendimento mensal domiciliar per capita no estado caiu, em média, 1,4% ao ano, passando de R$ 906 para R$ 845, no período. A perda entre os 10% de pessoas com menores rendimentos, porém, foi bem maior, de 6,7% ao ano, em média, tendo valor da renda per capita média dessas pessoas recuado de R$ 136 para R$ 96.
Mesmo ampliando o grupo para os 40% de pessoas com menores rendimentos domiciliares per capita, a queda média anual na renda também ficou acima da média, em 2,0% ao ano, passando de R$ 340, em 2016, para R$ 308 em 2021.
No país como um todo, o quadro foi similar ao baiano. Entre 2016 e 2021, o rendimento domiciliar per capita mensal caiu, em média, 1,2% ao ano, de R$ 1.439 para R$ 1.353. Entre os 10% mais pobres, a retração média foi de 6,6% ao ano (de R$ 132 para R$ 94), enquanto entre os 40% com menores rendimentos o recuo foi de 2,1% ao ano (de R$ 377 para R$ 339, no período).