Mais de seis mil novos casos de câncer de próstata devem ser descobertos neste ano somente na Bahia, segundo projeta o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Se os diagnósticos da doença forem precoces, a chance de cura é de 90%. Mas, especialistas chamam atenção para o fato de que muitos pacientes ainda apresentam resistência à prevenção. Prova disso é que o exame de sangue que auxilia no diagnóstico da doença – o Antígeno Prostático Específico (PSA) – só foi realizado por 13,2% do grupo de risco no estado até agosto deste ano.
O PSA é capaz de identificar alterações na próstata a partir de marcadores específicos no sangue. Sozinho, no entanto, não é suficiente para diagnosticar o câncer e funciona como um aliado do exame de toque retal. “O PSA é uma proteína que a próstata produz normalmente. Quando a quantidade de PSA no sangue aumenta, é um indicativo que pode estar relacionado ao risco de câncer de próstata”, explica Lucas Batista, coordenador do departamento de robótica da Sociedade Brasileira de Urologia da Bahia (SBU-BA).
Para as pessoas que não possuem casos de câncer de próstata em familiares próximos, é indicado que os exames anuais de rastreamento sejam feitos a partir dos 50 anos. Caso seja do grupo de risco, a idade cai para 45 anos. A SBU estima que 1,4 milhão de homens entre 50 e 74 anos na Bahia deveriam realizar o exame PSA. Até agosto deste ano, apenas 195 mil fizeram o procedimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), de acordo com o Sistema de Informação Ambulatorial do Ministério da Saúde. O índice é menor do que o nacional, que é de 25%.
O exame de toque é essencial uma vez que o câncer de próstata é uma doença silenciosa, que aos poucos ataca a saúde do paciente até que a cura seja impossibilitada. Ronaldo Barros, urologista do Itaigara Memorial, explica que às vezes sintomas de aumento da próstata são erroneamente interpretados como câncer. O câncer de próstata é o segundo mais comum em homens, ficando atrás somente do câncer de pele não melanoma. “Dificuldade para urinar, acordar à noite para urinar e urgência miccional são relacionados ao crescimento benigno da próstata e não ao câncer”, esclarece o médico.