A família Leão e o deputado federal Cláudio Cajado têm divergido publicamente sobre o futuro do partido, o PP na Bahia.
Enquanto o deputado federal Cacá Leão e o vice-governador e parlamentar eleito João Leão demonstram o desejo que a legenda fique no lado oposicionista, Cajado dá sinais de que pretende levar a sigla novamente para a base petista que, a partir do próximo ano, será liderada pelo governador eleito Jerônimo Rodrigues.
Em entrevista à Rádio Salvador FM na semana passada, Cacá defendeu que a agremiação partidária fique na oposição. “Não posso impedir movimento de deputados que desejem estar lá (na ala governista). Como partido, como filiado, Cacá Leão não vai participar e não deseja que o partido participe. Eu quero que a gente se mantenha onde as urnas nos colocaram. Não sei como as pessoas vão entender um movimento como esse. Como é que você rompe com o governo, disputa uma eleição majoritária do outro lado, perde a eleição e no dia seguinte quer voltar? Essas peças não se encaixam. O meu sentimento e desejo é que o meu partido fique onde as urnas nos colocaram”, afirmou.
O PP integrava a base do governador Rui Costa (PT), mas decidiu romper no início deste ano e apoiar o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), na disputa ao governo da Bahia. Neto, entretanto, acabou derrotado para Jerônimo Rodrigues no pleito deste ano. Em entrevista à Tribuna, no início deste mês, Cajado deixou aberta a possibilidade de o PP voltar para a base governista, mas indicou que poderia ocorrer esse retorno se houvesse um convite do governador eleito.
“Vamos reunir os membros do partido junto com a Executiva estadual para discutir os rumos que iremos tomar. Porém, temos de aguardar também o novo governo se manifestar e se quer conversas institucionais conosco”, afirmou. Ontem, em entrevista ao site Off News, ele mostrou com uma possível decisão de o PP ficar na oposição. “E se o PT decidir apoiar Arthur Lira (na disputa a reeleição como presidente da Câmara dos Deputados)? Ele foi adversário de campanha e por essa lógica não poderia apoiar agora, teria que ser oposição. Temos que avaliar os fatos para podermos nos posicionar. Devemos opinar de acordo com o que for deliberado após uma reunião da Executiva, de seus membros, irmos conversando e pautando. Volto a dizer, eu creio que se Leão falou que é oposição, não acho que tenha falado em nome do PP, mas em nome pessoal. Sem ter feito uma reunião, sem ouvir os deputados com mandato, não se pode dizer que o partido será oposição. Com isso, não acho que não será oposição”, ressaltou. (TB)