Apesar da crescente adoção de políticas de diversidade nas empresas, para o executivo negro chegar ao topo precisa trabalhar o dobro do tempo.
A conclusão é de uma pesquisa da consultora em Gestão de Pessoas Korn Ferry, divulgada pelo Estado de S. Paulo. A publicação destaca que entre 500 executivos listados pela revista Fortune apenas quatro são negros. Dez anos atras haviam sete negros no mais alto cargo da empresa.
Falando para o Estadão, a diretora de Diversidade, Equidade e Inclusão da Korn Ferry, Milene Schiavo, atribui este recuo à falta de ações afirmativas com metas e objetivos claramente estabelecidos. “Hoje existe um foco muito forte na questão do progresso feminino, mas não há, de fato, o estabelecimento de indicadores de metas quando o assunto é a inclusão de pessoas negras nesses cargos mais alto”, ressalta Milene.
No Brasil, segundo a bolsa de valores B3, 79% das empresas listadas afirmaram ter de 0 a 11% de líderes negros. Não há nenhum CEO negro entre as 423 companhias da Bolsa. Em outro campo, o salário dos profissionais negros é 43% menor que o dos brancos, segundo o IBGE.
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil