A ligeira redução na taxa de desocupação na Bahia, do 2º para o 3º trimestre, foi resultado principalmente da saída de pessoas da força de trabalho, ou seja, do aumento no contingente dos que não estavam trabalhando nem procurando emprego.
De julho a setembro, a população ocupada (quem estava trabalhando no estado, fosse em ocupações formais ou informais) ficou em 6,010 milhões de pessoas, caindo ligeiramente frente ao trimestre anterior, quando havia sido de 6,037 milhões (-27 mil ocupados ou -0,5% no período).
Porém, na comparação com o 3º trimestre de 2021 (quando 5,797 milhões de pessoas estavam ocupadas), a população que trabalhava na Bahia seguiu em alta, com um saldo de mais 212 mil trabalhadores em um ano (+3,7%). Já a população desocupada (quem não estava trabalhando, procurou trabalho e poderia ter assumido caso tivesse encontrado) manteve tendência de queda e ficou em 1,070 milhão, o menor contingente de desocupados na Bahia, para um 3º trimestre, em sete anos – desde 2015, quando havia 943 mil pessoas nessa condição.
O total de pessoas desocupadas no estado recuou 3,1% frente ao 2º trimestre (quando eram 1,104 milhão), o que representou menos 34 mil pessoas procurando emprego no período. Na comparação com o 3º trimestre de 2021 (quando havia 1,336 milhão de desocupados), a queda foi bem mais expressiva, de -19,9% ou menos 267 mil pessoas procurando trabalho sem encontrar, em um ano.
Entretanto, como não houve aumento da ocupação do 2º para o 3º trimestre, a redução na desocupação, nesse intervalo de tempo, se deu principalmente porque menos pessoas procuraram emprego. Entre o 2º e o 3º trimestre, a população fora da força de trabalho (que por algum motivo não estava trabalhando nem procurou trabalho) na Bahia cresceu de forma estatisticamente significativa. Passou de 4,884 milhões para 5,054 milhões de pessoas (+3,5%), com 170 mil deixando de procurar trabalho em três meses.
Frente ao 3º trimestre de 2021, a população fora da força de trabalho na Bahia também aumentou, ainda que com menos intensidade: cresceu 1,8%, o que representou 88 mil pessoas deixando o mercado em um ano. Entretanto, mesmo com uma população fora da força de trabalho maior, dentro dela o subgrupo dos desalentados seguiu encolhendo no estado, tanto frente ao 2º trimestre (-1,6% ou menos 10 mil pessoas) quanto ao 3º trimestre do ano passado (-9,5% ou menos 63 mil), chegando a um total de 602 mil pessoas desalentadas.
A Bahia segue com o maior número absoluto de desalentados do país, posto que detém ao longo de toda a série da PNAD Contínua, desde 2012. No 3o trimestre de 2022, no Brasil, havia 4,258 milhões de desalentados, número que caiu tanto frente ao 2o trimestre de 2022 (-0,2% ou menos 7 mil pessoas) quanto frente ao 3o trimestre de 2021 (-17,2% ou menos 887 mil pessoas).
A população desalentada é aquela que está fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, ou não tinha experiência, ou era muito jovem, ou idosa, ou não encontrou trabalho na localidade. Entretanto, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga. Na cidade de Salvador e na região metropolitana da capital, os movimentos no mercado de trabalho do 2º para o 3º trimestre foram parecidos entre si e um pouco diferentes do verificado no estado como um todo.
Em ambos os recortes territoriais, houve reduções bem discretas no número de pessoas na força de trabalho, ou seja, um pouco menos pessoas procurando emprego; a população ocupada (trabalhando) também diminuiu um pouco; mas o número de pessoas desocupadas (procurando trabalho) teve leves aumentos nos dois casos – enquanto na Bahia, esse grupo diminuiu. No 3º trimestre, no município de Salvador, havia 1,302 milhão de pessoas trabalhando, menor contingente da série histórica iniciada em 2012, e 284 mil desocupados. Considerando toda a região metropolitana da capital, 1,743 milhão de pessoas trabalhavam, enquanto 419 mil estavam desocupadas.