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CRESCE O N° DE EMPREENDEDORES DAS REDES SOCIAIS

Redação - 07/11/2022 07:17 - Atualizado 07/11/2022

A pandemia de covid-19 provocou uma acelerado processo de mudanças nos hábitos dos consumidores e forçou negócios dos mais diversos portes a investirem cada vez mais no processo de transformação digital.

A exigência de distanciamento, que perdurou por mais de dois anos, tornou os contatos através das redes sociais e as vendas por canais de e-commerce condições para a sobrevivência.

A 14ª edição do estudo O Impacto da Pandemia de  Coronavírus nos Pequenos Negócios mostra que 74% dos micro e pequenos empreendedores utilizam a internet, aplicativos ou redes sociais para vender produtos ou serviços. O percentual representa quase o dobro do registrado em uma outra pesquisa do Sebrae, publicada em 2015. Apesar de se tratarem de levantamentos diferentes, é possível perceber a mudança de comportamento em relação à internet e rede sociais.

Na ocasião, menos da metade dos micro e pequenos empresários brasileiros possuíam página em alguma rede social dedicada aos seus negócios. Entre os que utilizavam a internet nos pequenos negócios, apenas 39% usavam para a divulgação das suas empresas e 37% para a exposição de produtos. Apenas 20% das micro e pequenas empresas brasileiras realizaram vendas pela internet nos 12 meses anteriores àquela pesquisa.

“Antes mesmo da pandemia, o cenário já era bastante favorável para as empresas que queriam desenvolver estratégias digitais e se aprofundar nesse cenário”, aponta Fernanda Gretz, gerente da Unidade de Atendimento Individual do Sebrae Bahia. Segundo ela, a pandemia tornou essa tendência ainda mais relevante.

Atualmente, quem busca o auxílio do Sebrae para abrir um negócio já tem consciência da importância de investir no universo digital, explica Fernanda. “A gente compreende que houve uma mudança no perfil do consumidor por conta do tempo de isolamento e isso requer o investimento em novas estratégias para chegar a esse consumidor”, acredita. “O que a gente percebe nas consultas que recebemos é que as redes estão mais presentes na vidas dos empreendedores e que eles sabem que precisam delas para ter sucesso nos negócios”, aponta.

Segundo Fernanda Gretz, em alguns setores os consumidores já estão mais habituados a consumir online. Ela diz que isso acontece com muita força em mercados onde são oferecidos online para o consumidor produtos com os quais ele já está habituado. “Quando a pessoa vai comprar uma coisa que já usou antes, que sabe como funciona, normalmente na atividade do comércio, tem uma potencialidade maior para o processo de transformação digital”, diz.

Segundo a gerente da Unidade de Atendimento Individual do Sebrae Bahia, há uma iniciativa por parte do consumidor em relação ao digital. “Mesmo quando vão fazer a aquisição de um produto ou serviço presencialmente, as pessoas já se habituaram a pesquisar sobre a compra antes na internet, ou conhecer melhor a empresa que vai fornecer o produto ou serviço”, destaca. “Por outro lado, estão se tornando cada vez mais comum ofertas que reúnem o presencial e o digital”, lembra.

“Mesmo atividades mais presenciais hoje são alimentadas pela presença digital do empreendedor. Hoje em dia todo mundo pesquisa no Google ou Instagram antes de fechar um negócio”, ressalta. Essa relação entre os diversos canais já é uma realidade muito presente nos gigantes do varejo, que avançam em estratégias como a compra online com a retirada presencial, por exemplo. Para Fernanda, o desafio que o micro ou pequeno empreendedor enfrenta nesse caso é o de não poder contar com muitas pessoas. “O microempreendedor acaba sendo responsável por tudo o que acontece na empresa”, explica.

“Quando se é pequeno, é você mesmo quem alimenta as mídias, redes sociais, é quem atende o telefone, faz o orçamento e lida com os fornecedores. É um desafio muito grande para esse empreendedor conseguir conciliar todas essas atividades”, pondera. “Neste cenário, o online é mais uma coisa que um empresário, muitas vezes já sobrecarregado, vai precisar dar conta”.

Como o processo de compra passa cada vez mais por interações digitais e presenciais, o ideal é que as empresas padronizem os seus canais, recomenda a especialista do Sebrae. “Imagina a decepção da pessoa quando ela percebe que o atendimento presencial não é tão legal quanto o digital. É preciso padronizar o atendimento”, recomenda.

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