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CICLO DE ENCONTROS SOBRE OS VAQUEIROS DA BAHIA ACONTECE NO PALACETE DAS ARTES

Redação - 01/11/2022 13:40 - Atualizado 01/11/2022

Um ciclo de encontros coordenado pelo antropólogo Washington Queiroz sobre o ofício dos Vaqueiros da Bahia terá início no dia 5 de novembro (Dia da Cultura), às 16 horas, no Palacete das Artes (Graça). Com o tema “Vaqueiros e Bahia: uma riqueza”, a proposta é promover junto ao público baiano e visitantes, a importância e a realização de ações voltadas para a difusão, promoção e reconhecimento da cultura dos Vaqueiros, especialmente, na rede escolar da Bahia, no Nordeste e no Brasil.

A programação terá a participação especial do cantor e compositor Carlos Pitta, que irá apresentar músicas de seu repertório, relacionadas ao universo da música nordestina, além de canções de Elomar, Raul Seixas e Belchior, do seu trabalho de parcerias com Capinan, Fernando de Oliveira e uma inédita com Galvão.

O vaqueiro é o protagonista, representante maior da cultura sertaneja. Símbolo do país, em especial do Nordeste e, particularmente, da Bahia, que iniciou suas atividades no século XVI. Criou saberes e fazeres, equipamentos, técnicas, procedimentos que possibilitaram o desbravar do meio inóspito das caatingas, matas, agrestes, cerrados, chapadas e planaltos, o estabelecimento de vida sociocultural no sertão, e em coexistência (quase sempre não pacífica) com os índios lá existentes. Fruto da miscigenação, o vaqueiro é índio, negro e branco. É o primeiro baiano no sentido amplo, isto é, de abrangência estadual, que fincou o pé em todo território do estado da Bahia.

 “É sabido que o nosso vaqueiro, como de resto o sertanejo sofrido da Bahia e de todo Brasil, sempre foi esquecido, – talvez o maior esquecido desse país, por séculos e séculos. Trata-se de um homem que trabalha pelo país desde sua origem e é o grande responsável, pelo seu maior fenômeno sócio-cultural-econômico: a criação de gado, inclusive atualmente, em pleno século XXI”, defende Queiroz.

Washington Queiroz é antropólogo e pesquisador dos Vaqueiros da Bahia desde 1984 (no Instituto do Patrimônio Cultural do Estado da Bahia, na Universidade Federal da Bahia, no Centro de Culturas Populares e Identitárias e, atualmente, no Palacete das Artes). É responsável por ações na Bahia e no Brasil, voltadas para o reconhecimento da cultura vaqueira que culminaram com o registro do Ofício de Vaqueiro como Patrimônio Cultural em 2011; com a Regulamentação e Reconhecimento da sua profissão em 2013 pelo governo brasileiro, Lei 12.870, e pela solicitação do registro do Ofício de Vaqueiro como Patrimônio Nacional (em tramitação no IPHAN).

Além de falar do ofício de vaqueiro, o palestrante vai mostrar que o símbolo nordestino e brasileiro é o grande responsável pela criação de todo um acervo sociocultural, além de vasto conhecimento nos mais variados campos dos saberes e modos de fazer, sua relação com a morte e a vida, seus bens móveis e imóveis, inclusive conhecimentos arquitetônico e de criação artística, arte em couro, ferro (em especial sua heráldica), metais, barro, madeira, palha e utensílios os mais diversos e de usos variados.

“Como foi o vaqueiro o grande iniciador da conquista do território do hoje Estado da Bahia e o homem primeiro e secular a criar os elementos primaciais da cultura sertaneja, em centenas de municípios baianos, e grande número de municípios brasileiros, cremos ser  importante promover e difundir o Patrimônio Material e Imaterial criados pelo Vaqueiro, reconhecidos por lei (12.870 / 2013) e toda a luta empreendida para se chegar a tal conquista e ao seu reconhecimento como patrimônio cultural da Bahia e, em breve, esperamos, patrimônio nacional”, complementa Washington.

O público ainda irá assistir a exibição do Documentário em DVD (“Profissão de Vaqueiro – Reconhecimento e Regulamentação da Profissão”), juntamente com a apresentação do Projeto “Séculos de Couro”, para que se estimule o iniciar de uma mobilização no sentido de se ampliar a difusão e promoção da cultura do vaqueiro.

SERVIÇO

Palestra Vaqueiros e Bahia: uma riqueza

Washington Queiroz – Antropólogo e Pesquisador

Participação do cantor e compositor Carlos Pitta

5 de novembro, às 16 horas

Palacete das Artes – Rua da Graça, 284

Foto: Divulgação

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