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É A ECONOMIA QUE VAI DECIDIR A ELEIÇÃO

Redação - 27/10/2022 08:08 - Atualizado 27/10/2022

Não é a pauta religiosa, nem tampouco a pauta de costumes, quem vai decidir a eleição presidencial é a economia. Os candidatos Lula e Bolsonaro tem seus votos consolidados, imunes a mudanças e nessa consolidação o petista tem cerca de 5% de frente.

No entanto, existe um grupo de eleitores que, segundo a pesquisa  Quaest, podem definir a eleição, sendo  5% deles indecisos e 6% de eleitores que podem mudar o voto. É nesse grupo que Lula precisa manter os votos que teve e que Bolsonaro precisa conquistar mais da metade deles para ter chance de ser eleito. Esse eleitor é na sua maioria do sexo feminino e não se envolve com política, tem renda familiar entre dois e cinco salários-mínimos e seu foco é a sobrevivência. Economia é a maior preocupação desse eleitorado e, diferente da classe média, ele não acha que a economia melhorou tanto quanto afirma Paulo Guedes ou Bolsonaro, pois permanece perdendo poder aquisitivo e com salário estagnado.

Esse eleitorado viu Bolsonaro dizer que a inflação caiu, mas não sentiu no bolso, porque não anda de carro e a inflação que caiu foi a da gasolina. E, como vem dizendo este economista, esse tipo de controle inflacionário não tem sustentação, como mostra o IPCA quinzenal de outubro que já voltou a subir. E o pior para esse eleitor é que o Banco Central não reduziu a taxa de juros, afastando-o do crédito e da possibilidade de consumo. Vale notar que esse eleitorado vai decidir a eleição por causa da economia, mas ele não está preocupado com a bomba fiscal que o governo Bolsonaro armou, a maior da história recente do país, com um custo  anual de R$ 400 bilhões por conta de medidas como as desonerações, o fim dos impostos federais e estaduais nos combustíveis e na energia ou o pacote de bondades eleitoreiras nas mais diversas áreas. Ele está preocupado com o emprego, tem medo de ficar desempregado, pois não faz parte do cadastro único, não recebe auxílio emergencial ou qualquer benefício do Estado.

Esse eleitorado volátil faz parte da famosa Classe C, que bombou no governo Lula e fez a economia crescer com foco no consumo e essa memória não foi apagada e é a razão pela qual a campanha do petista está sempre a relembrar seus dois governos que, efetivamente, registraram o melhor desempenho médio de crescimento do PIB dos últimos 25 anos. É verdade que o desemprego caiu nos últimos meses, não por causa de políticas públicas que não existem no governo, mas por causa da recuperação dos setores represados na pandemia, principalmente o setor de serviços, que só veio a se recuperar no 1º semestre de 2022.

Mas esse contingente de eleitores não está desempregado e seu receio se circunscreve ao medo de perder o emprego e a nítida perda de poder aquisitivo. E, vale lembrar, os poucos leilões e privatizações que fez o governo Bolsonaro e as inaugurações de pequenos trechos de rodovias e ferrovias podem empolgar a classe média estabelecida, mas não comove o eleitorado cujo sonho é voltar a ter o status de Classe C que ostentou no governo Lula.

                                     OS INDICADORES ESTÃO PIORANDO

 Este economista tem dito que os indicadores econômicos positivos do governo Bolsonaro são todos ilusórios, não indicam a melhoria dos fundamentos da economia. E os números começam a provar isso. A inflação que registrou queda por dois meses seguidos voltou a crescer e o IPCA quinzenal de outubro aumentou em 0,16%. Só não aumentou mais por causa dos juros altíssimos. O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br), que é uma prévia do PIB, registrou em agosto queda de 1,13% no PIB, o que parece ser o início de um ciclo de inflexão para baixo nos próximos meses. E a queda do desemprego perdeu ímpeto. Quando se trata de economia, a garganta do Presidente Bolsonaro é só garganta.

                                      DUAS NOVAS FERROVIAS NA BAHIA

 O Ministério da Infraestrutura e a ANTT assinaram contrato com a VLI Logística prevendo a construção de dois trechos ferroviários no Oeste da Bahia. Um deles entre São Desidério e Riachão das Neves e outro entre Correntina e Arrojolândia. A decisão parece positiva, mas foi adotada sem qualquer planejamento e esses trechos não estão previstos nos planos logísticos, não possuem estudos de viabilidade econômica, nem estão articulados com o plano logístico da Bahia. A VLI manteve a Ferrovia Centro Atlântica no Estado durante 25 anos sem qualquer investimento e abandonando trechos ferroviários. É preciso, portanto, saber se o interesse dela é o mesmo da Bahia.

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