O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República, voltou a afirmar nesta quarta-feira que só vai anunciar nomes de seu eventual ministério caso vença as eleições.
A declaração foi dada em entrevista à Rádio Mix de Manaus.
Lula tem sido pressionado a revelar com quais pessoas pretende governar se vier a ocupar, pela terceira vez, a cadeira de presidente. O cargo sob maior interesse é o de ministro da Fazenda, embora ele já tenha dito que procura um nome “político” para o posto, como foi com Antônio Palocci anteriormente.
Ele repetiu nesta quarta-feira que “não vai se sentar na cadeira (de presidente) antes de ganhar”, numa forma de evitar “animosidades” entre os preteridos a determinados cargos. — Faltam apenas quatro dias para as eleições, só quatro dias. Quando chegar as sete horas da noite, às oito horas vamos ter o resultado, e aí, sim, se eu ganhar, eu vou começar a discutir o ministério — afirmou.
Questionado sobre que papel deve ter a senadora Simone Tebet (MDB) num eventual governo, ele disse que antes “vai ter que conversar com o MDB” e fez elogios à nova aliada. Em sua entrevista de uma hora, Lula criticou a gestão de Jair Bolsonaro (PL) no estado do Amazonas nos últimos quatro anos e tentou contrapor o futuro da Zona Franca de Manaus com o cenário eleitoral que será definido a partir da eleição.
Embora os dois candidatos falem em manter o modelo atual, Lula sugeriu que Bolsonaro pode extinguir a Zona Franca se eleito e que pode haver “caos e desemprego” se as empresas “continuarem saindo” do estado. Ele prometeu manter o projeto com os mesmos benefícios fiscais.
— Temos um cidadão (Bolsonaro) que está se propondo a destruir a Zona Franca de Manaus. Essa eleição não é entre dois candidatos. Ou o povo vai votar para ficar a democracia, para ficar a Zona Franca, ou vai votar na barbárie que é o presidente Bolsonaro — declarou o petista.