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MAIS DE 80% DAS MULHERES ESTÃO ENDIVIDADAS NO BRASIL

Redação - 25/10/2022 09:13 - Atualizado 25/10/2022

Segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviço e Turismo (CNC), em pesquisa feita no mês passado mais de 80% das mulheres estão endividadas no Brasil. O endividamento do gênero aumentou 6% em comparação ao mesmo período do ano anterior e se concentra no cartão de crédito e cheque especial. Esse aumento expressa uma maior participação feminina nas despesas da casa, utilizando o crédito em alimentos e bens de consumo.

O professor e especialista em finanças, Antônio Carvalho explica para a Tribuna da Bahia “Isso demonstra o protagonismo das mulheres, o quanto elas estão assumindo os gastos com a família. Como a maioria dos homens, companheiros já vinham ao longo das últimas décadas se endividando devido ao período de crise, já não dispõem tanto de crédito, logo as mulheres começam a assumir as despesas e a utilizar o crédito para alimentar as famílias e adquirir os bens de consumo. Consequentemente acabaram se endividando. Além do consumo natural que as mulheres têm com seus gastos recorrentes, elas tiveram que assumir outras despesas. Vamos lembrar que atualmente muitas são chefes de família. O crédito vem como única forma de manter o consumo”.

Outra justificativa para o cenário atual é o aumento do preço dos alimentos junto a possibilidades de compras parceladas no cartão, “Com a renda reduzida se expandiu e as famílias veem no crédito a saída para continuar comprando. Não se deve comprar comida a prazo, pois logo vai precisar comprar novamente e estará devendo ainda a do mês passado.”, comenta Carvalho.

O especialista entende ainda que a renda atual não se faz suficiente para o pagamento das dívidas e provoca a necessidade de mudanças de hábitos. Reforça também a importância da negociação, “O negócio é tentar fazer uma economia para sobrar dinheiro e renegociar a dívida. Uma opção é para quem tem renda fixa ou ter um trabalho formal utilizar o 13º, utilizar para amortizar ou quitar a dívida. Mas o importante é negociar, pois as dívidas crescem nos moldes que conhecemos, as taxas são altas. Negociando a pessoa congela a dívida por um determinado valor e evita que cresça. Mas é importante o consumidor entender que só vale negociar se tiver condições de pagar. Recomendo que seja feita com o apoio de um órgão de defesa do consumidor como Juizado ou  Procon para garantir que seja justa”.

Foto: Jornalistas Livres

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