A agressão violenta do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) a policiais federais no domingo motivou uma reação imediata da campanha de Jair Bolsonaro (PL).
No momento em que o presidente tenta atrair o voto de indecisos com um discurso moderado, pedindo desculpas na TV por seus excessos, a ação extrema do aliado foi vista por pessoas próximas ao presidente como um fato com potencial de jogar o esforço por água abaixo. Para tentar minimizar o impacto negativo do episódio, o candidato à reeleição foi rápido ao tentar se dissociar do petebista, repudiando o ataque minutos após o ocorrido. Logo que a prisão foi confirmada, divulgou um vídeo em que o chama de “bandido”.
A expectativa de aliados era que a primeira postagem pudesse estancar a crise, mas não foi suficiente. Na publicação, apesar de repudiar o ataque, Bolsonaro também criticava inquérito aberto pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autor da ordem de prisão. A repercussão negativa dos detalhes da ação, que deixou dois policiais feridos, pressionou Bolsonaro a condenar Jefferson de forma mais direta. Ao longo do dia, a conduta de aliados foi mudando. A defesa do ex-parlamentar, com postagens críticas a Moraes, deu lugar a mensagens condenando a ação armada. A senha para a nova abordagem foram as publicações de Bolsonaro.
Como mostrou a colunista Bela Megale, do Globo, o caso gerou um curto-circuito na campanha. Uma das evidências foi a justificativa da ordem de Bolsonaro para o ministro da Justiça, Anderson Torres, acompanhar o caso. Coordenadores da campanha afirmaram que ele iria ao local para “repudiar” o ataque à PF. Já a assessoria de imprensa do ex-deputado disse que o ex-parlamentar exigiu a presença do ministro para negociar sua entrega. Torres não chegou a ir à casa de Jefferson.
Foto: divulgação