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GOVERNO ANUNCIA MEDIDAS QUE SOMAM R$ 15,7 BI NA PRIMEIRA SEMANA DE CAMPANHA PARA O 2º TURNO

Redação - 08/10/2022 13:00 - Atualizado 08/10/2022

Na primeira semana do segundo turno, o governo anunciou uma medida econômica por dia para alavancar a campanha de reeleição de Jair Bolsonaro (PL).

A iniciativa atende a um pedido do presidente, que horas após o resultado das urnas cobrou empenho eleitoral de ministros e secretários. Os anúncios oficiais têm custo bilionário: movimentam cerca de R$ 15,7 bilhões, de acordo com cálculos de técnicos do governo. A cifra não leva em conta as promessas de campanha, como o 13º para mulheres no Auxílio Brasil, que só poderia ser colocado em prática em 2023 e não tem previsão orçamentária.

A lista abrange alterações de calendário, uso de sobras de recursos de programas sociais e ações de bancos públicos. A Caixa anunciou a renegociação de dívidas com desconto de até 90% para pessoas físicas e empresas, com potencial de chegar a R$ 1 bilhão, além de ter reduzido juros para micro e pequenas empresas apenas no mês de outubro.

O Ministério da Cidadania informou que vai incluir mais de 500 mil pessoas no Auxílio Brasil, que passará a contar com crédito consignado a beneficiários ofertado por 11 instituições e a Caixa. O governo deve ainda pagar uma parcela extra para o auxílio de taxista com a sobra de recursos do programa, que começou em agosto. O calendário também virou estratégia, com a antecipação de pagamentos do Auxílio Brasil e do auxílio para caminhoneiros.

Fatura para 2003

Sérgio Vale, economista da MB Associados, afirmou que Bolsonaro está fazendo “o possível e o impossível” para assumir a liderança. Bolsonaro é o primeiro presidente, desde a redemocratização, que busca a reeleição e não larga na frente na disputa pelo segundo turno. Para Vale, há um flagrante de irresponsabilidade fiscal em curso, o que só faz crescer a fatura a ser paga em 2023 pelo vencedor da eleição. — Além dos gastos relativos à disputa eleitoral, é preciso tomar cuidado no fim do ano para não se criar uma questão fiscal ainda mais complexa — destacou Vale, acrescentando que o rombo fiscal deve começar entre R$ 100 bilhões e R$ 150 bilhões em 2023. Na sexta-feira, o governo anunciou que pagará uma parcela extra — uma espécie de 13º — do auxílio de taxista a esses profissionais, que desde agosto recebem R$ 1 mil por mês. Criado pela PEC Eleitoral, integrantes do governo nunca esconderam o interesse eleitoral da medida.

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