O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou ontem um manifesto com propostas para os micros e pequenos empresários.
No documento, cuja versão preliminar já pode ser acessada na internet, estão projetos como um Simples Trabalhista, linhas de antecipação de recebíveis (crédito que adianta o que a empresa tem a receber por vendas) para os pequenos empresários e a criação de um ministério para o setor.
O manifesto da campanha de Lula está em fase final de elaboração. Ele pode mudar caso a campanha adote medidas que eram defendidas por Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT), que ficaram fora do segundo turno, mas declararam apoio ao petista. Micro e pequenas empresas respondem por boa parte do PIB brasileiro e foram responsáveis por 78% das vagas de trabalho criadas em 2021.
O manifesto para a pequena empresa marca algumas mudanças de estratégia. Em vez de abrir citando programas adotados em suas gestões e nas de Dilma Rousseff — o ex-presidente passou boa parte da campanha falando do próprio legado —, o material dá destaque a sete propostas ao setor e indica a criação do Ministério da Micro e Pequena Empresa.
O ponto de maior destaque, contudo, é a criação de um Simples Trabalhista, para organizar e dar um tratamento diferenciado ao pagamento de obrigações trabalhistas. Petistas afirmam que qualquer mudança será negociada entre governo, empresários e trabalhadores. Apesar da iniciativa, porém, o grupo que trabalha na proposta ainda não tem consenso sobre o modelo de funcionamento, inclusive se haveria unificação de pagamentos como FGTS e INSS.
Entre as propostas, estão reabrir linhas de crédito com juros baixos em bancos públicos, criar linhas de antecipação de recebíveis, ampliar a participação das micro e pequenas empresas em compras governamentais e a criação do ministério para o setor. O manifesto, já publicado na internet, traz a lista dos empreendedores que endossam a proposta.
Outra estratégia de campanha, essa capitaneada pela equipe de marketing, é um vídeo que relembra uma fala do ministro da Economia Paulo Guedes, durante reunião ministerial de abril de 2020, de que o governo “perderia dinheiro” ajudando empresas pequenas.
Foto: divulgação