Empresários pelo Brasil estão cobrando mais detalhamento da política econômica que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende adotar caso seja eleito.
A grande questão que trás duvida é como Lula pretende lidar com as reformas que estão no congresso nacional. Além disso, Lula ainda não explicou sobre as propostas para reformas e da âncora fiscal que pode substituir o teto de gastos (regra que limita o crescimento das despesas públicas).
Esses são os principais questionamentos citados por empresários da indústria, infraestrutura, varejo e economistas ouvidos pelo jornal Globo. Para Luiz Fernando Figueiredo, CEO e sócio-fundador da Mauá Capital e ex-diretor do Banco Central, o próximo governo, seja ele qual for, não pode ter agenda radical. Ele diz que falta definição sobre a agenda econômica e se ela inclui ou não as reformas.
Na avaliação dele, qualquer que seja o formato adotado como âncora fiscal no próximo governo, é preciso sinalizar que a dívida vai cair em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) ao longo do tempo. Ele ressalta que Lula vem afirmando que se for eleito terá mais gastos, com maior arrecadação. Ele pondera que a vontade da população expressa no primeiro turno é que se busca um governo mais ao centro.
Um empresário que esteve no jantar de Lula com o setor produtivo, mas que vota em Bolsonaro e prefere não se identificar, afirmou que o candidato petista está mais pressionado a divulgar a linha de sua política econômica. Para este empresário, mesmo tendo furado o teto de gastos, o atual governo tem perfil mais liberal, o que indica que as privatizações continuam, assim como a agenda de liberalização econômica.