Na última terça-feira (27) foi aberto um processo para tornar o tradicional Caruru de São Cosme e São Damião e dos Ibejis para o candomblé, Patrimônio Imaterial do Estado da Bahia, pelo presidente da Câmara de Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Natural do Conselho Estadual de Cultura da Bahia, Táta Ricardo Tavares. Além da sessão de abertura, também foi oferecido um caruru.
Depois da sessão de abertura, o processo será submetido ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac) para estudo e construção de um dossiê. “Acreditamos que ele leve de seis meses a um ano para a conclusão do dossiê. Ouve-se a comunidade, os devotos, todas as pessoas que têm participação na manifestação para compreender de fato a profundidade e importância cultural do caruru”, explica Táta.
Depois de pronto, o dossiê é devolvido à Câmara de Patrimônio, que emite parecer de mérito e aprova o processo. Então, o documento segue para a sanção do governador que efetivamente tornará o caruru patrimônio do Estado. Mas, com o início do processo, a manifestação cultural já fica sob a lei 8895/03, que institui normas de proteção e estímulo à preservação do patrimônio cultural do Estado da Bahia.
Para Vagner Rocha, doutor em Estudos Étnicos e Africanos, tornar o caruru patrimônio é proteger a identidade da cultura baiana. “É importante salientar que o Caruru de São Cosme é uma comida que se diferencia dos carurus do cotidiano. O caruru de promessa é mais que uma comida, é uma celebração. E por isso mesmo precisa ser valorizado, porque de fato é um patrimônio nosso, da Bahia, está na memória coletiva da população, mesclando fé, festa e comida, traduzindo tão bem a nossa identidade cultural”, concluiu.