A VLI – controladora da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) – protocolou, esta semana, dois pedidos de autorização na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para novos trechos ferroviários na Bahia.
As propostas seguem trâmites internos na ANTT e no Ministério da Infraestrutura para posterior assinatura de contrato de adesão. Após esta etapa, a companhia passará à realização de estudos técnicos de engenharia, socioambiental e análises de viabilidade, para, com os resultados, seguir com execução dos projetos.
Os trechos somarão mais de 200 quilômetros e terão investimentos estimados em cerca de R$ 5 bilhões para ligar as cidades de Correntina a Arrojolândia e Barreiras a Luís Eduardo Magalhães, todas no oeste da Bahia. As autorizações se conectarão a grandes projetos estruturantes em curso: os trechos I e II da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), possibilitando o escoamento da carga da região de forma eficiente e sustentável ao porto de Ilhéus.
“Os novos projetos que protocolamos reforçam a presença da VLI na Bahia, onde já operamos por meio da FCA. Com as possibilidades trazidas pelo novo marco legal das ferrovias, além de garantir a continuidade dos serviços já prestados pela FCA durante seu contrato atual de concessão, comprovamos nosso propósito de contribuir com o desenvolvimento do futuro da logística baiana e de todo o Brasil”, afirma Ernesto Pousada, presidente da VLI.
Uma vez executados, os projetos entre Correntina-Arrojolândia e Barreiras-Luís Eduardo Magalhães terão 83 e 141 km, respectivamente, ambos em bitola larga. O oeste da Bahia é uma referência no agronegócio nacional, sendo que a soja ocupa cerca de 65% da área total cultivada na região. O volume corresponde a 5% da produção nacional e 58% da produção da região Nordeste. As culturas de milho e algodão também se destacam.
FIOL é a solução
Para Edeon Vaz, diretor executivo do Movimento Pró-Logística da Aprosoja (Associação Brasileira dos Produtores de Soja), a produção agrícola baiana tem um grande desafio logístico.
“Os grãos precisam chegar aos portos por ferrovia.” Na visão do especialista a demanda por infraestrutura está endereçada com a Ferrovia de Integração Oeste Leste (FIOL). “Se for feita parte da FIOL 3 (que ligará Barreiras a Figueirópolis – TO), até Roda Velha, na BR-020, com extensão de 70 km a partir de Barreiras, seria possível transportar toda produção dos principais municípios da região para Ilhéus ou ainda passar pela FIOL, FCA e alcançar o Complexo Portuário de Aratu, que hoje, por meio do Porto de Cotegipe, exporta cerca de 5 milhões de toneladas de soja e milho”.
Renovação FCA
Atualmente, a renovação antecipada da FCA, está em análise pelo poder público. A expectativa é que por meio de um novo contrato, além de fixar novos investimentos, também sejam endereçadas soluções de gargalos históricos para o Estado da Bahia e a infraestrutura brasileira.