Os contratos assinados para iluminação publica de Salvador, ainda na gestão do ex-prefeito ACM Neto, é alvo de investigações e suspeitas de direcionamento, fraude, corrupção e superfaturamento. Ainda assim, a contratação, que inicialmente seria de 123 meses, já foi prorrogada por mais 21, e teve o seu custo reajustado em mais de 36%. Em contrapartida, apesar de gastar mais de R$ 188 milhões, a Prefeitura de Salvador ainda não consegue levar aos bairros mais distantes uma iluminação de qualidade.
Segundo reportagem do Jornal A Tarde, existe uma precariedade na iluminação de áreas como Via Expressa, especialmente na ligação com o Acesso Norte, a Avenida ACM e no entorno do viaduto da Bonocô. O zoneamento dos contratos foi definido a partir dos lotes licitados pela Prefeitura. Dois deles foram arrematados pelo Consórcio Citelum, formado pela 2MS Engenharia e Citéluz Serviços de Iluminação. O Lote I engloba as Prefeituras-bairro Barra/Pituba e Itapuã/Ipitanga. No Lote III estão as Prefeituras-bairro do Subúrbio/Ilhas, Valéria, Pau da Lima e Cajazeiras.
O Consórcio Ilumina Salvador, constituído por Ilumitech Construtora, Qualy Engenharia, Metro Engenharia e SRE Engenharia, ficou com o Lote II, que compreende as áreas das Prefeituras-bairro Centro/Brotas, Liberdade/São Caetano, Cidade Baixa, Cabula/Tancredo Neves. Os contratos assinados em 1º de maio de 2020 já tiveram duas prorrogações, se estendendo até o fim de janeiro de 2023. O valor inicial dos três contratos para a vigência de um ano era R$ 55.662.453,23. Com as prorrogações, que acrescentaram 21 meses ao tempo dos contratos, o valor alcança R$ 188.743.219,35, mais que o triplo do inicial. Em termos percentuais, o acréscimo ao valor original foi de R$ 133.080.766,12, o que eleva o montante a ser pago em 239%. Quando calcula-se o gasto mensal, com base no prazo previsto, o valor salta de R$ 4.638.537,76/mês, para R$ 6.337.179,34, um acréscimo de 36,6%.
Foto: divulgação