O número de brasileiros ocupados somam 98,7 milhões no mês de junho deste ano. O valor indica um crescimento de 9,5% ante o mesmo período de 2021, segundo os Indicadores Mensais do Mercado de Trabalho do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De acordo com a pesquisa, após o ajuste sazonal, o contingente de 101,2 milhões de ocupados em junho de 2022 foi 1,4% maior que o observado em maio, registrando um novo recorde da série, iniciada em janeiro de 2012.
No mesmo foco dos dados da base de pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as estatísticas apuradas pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência, indicam o avanço do emprego com carteira no país.
Em junho de 2022, a economia brasileira gerou 277.944 novas vagas formais. No acumulado do ano foram gerados 1,334 milhão de postos com carteira assinada e, nos últimos doze meses, foram preenchidas mais de 2,627 milhões de vagas. O estoque de trabalhadores formais ajustado pelo Caged chegou a 42 milhões em junho, expandindo-se 6,7% em relação ao mesmo período de 2021.
Ainda segundo o Caged, nos últimos doze meses, todos os segmentos tiveram crescimento do emprego formal. O comércio continua sendo o setor com a maior criação de postos de trabalho (500,4 mil). Em seguida, aparecem os serviços administrativos (342 mil), a indústria de transformação (325,8 mil) e os serviços de alojamento e alimentação (275,6 mil).
De acordo com o Ipea, a proporção de ocupados em relação à população total em idade ativa, ou seja, o nível de ocupação do mercado de trabalho brasileiro, chegou a 57% em junho. Isso representa uma aceleração de 4,5 pontos percentuais na comparação com junho de 2021. Em termos dessazonalizados, o resultado observado em junho (58,3%) é o maior já registrado desde fevereiro de 2014 (58,7%).
Outro dado interessante diz respeito à subocupação, ou seja, pessoas que trabalham menos de quarenta horas semanais, estão disponíveis e querem completar esta jornada. Em junho, 6,7 milhões de pessoas se declararam como subocupadas. O número representa um recuo de 15,6% na comparação com junho de 2021.
Desocupação em queda
O estudo do Ipea também mostrou uma desaceleração na taxa de desocupação que, na comparação interanual, saiu de 13,7% em junho de 2021 para 9,2% em junho de 2022, uma queda de 4,5 pontos percentuais. Em termos dessazonalizados, a taxa de desocupação caiu pela 13ª vez seguida, chegando a 8,9% em junho de 2022, o menor patamar desde julho de 2015.
O número de desempregados no país vem recuando continuamente. Em junho de 2022, o Brasil registrou 4,3 milhões de pessoas a menos em sua população desempregada em relação ao observado em junho de 2021. Isso representa uma queda de 30,1%. Na série livre dos efeitos sazonais, a população desempregada em junho, de 9,9 milhões, recuou 2,3% em relação a maio, ou seja, 230 mil pessoas a menos.
A taxa combinada de desocupação e subocupação ficou em 15,3%, em junho, situando-se 5,9 pontos percentuais abaixo da taxa observada no mesmo período de 2021. Após a dessazonalização, esta taxa observada em junho (14,9%) registra o menor patamar desde janeiro de 2016.
A melhora das condições do mercado de trabalho contribuiu ainda para uma queda do desalento, ou seja, entre as pessoas que gostariam de trabalhar, mas desistiram de procurar emprego. Em junho, havia 4,3 milhões de desalentados no país, o que significa uma queda de 21,7% em relação ao mesmo período de 2021 (5,5 milhões).
Foto: Rovena Rosa/ Agência Brasil