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GUERRA DA UCRÂNIA COMPLETA SEIS MESES, ENTENDA SITUAÇÃO

Redação - 24/08/2022 06:47

Está completando hoje 6 meses que começou o que o Kremlin chama de “operação especial” na Ucrânia, mas que o resto do mundo identificou como uma guerra ou invasão daquele país. Com a alegação inicial de que queria “desnazificar” o território vizinho, tropas russas bombardearam dezenas de alvos militares e civis em praticamente todo o território ucraniano, diante de uma comunidade internacional talvez já não surpresa com a agressão, mas ainda assim estupefata pela amplitude da ação.

A superioridade militar russa era esperada, já que há anos Moscou exibia seus “músculos” em grandes desfiles e exibições de equipamentos bélicos. No entanto, o rumo tomado pela operação em seguida parece não ser o esperado pelos generais de Vladimir Putin, como se verifica nos seis mapas a seguir. A invasão começou em um ritmo acelerado e, no final do primeiro mês, a Rússia havia dominado porções importantes e o mapa da guerra estava assim.

Depois, veio um longo período de estagnação que se mantém até hoje. Após diversas investidas frustradas para dominar grandes cidades, como a capital Kiev e Kharkiv, tropas russas concentraram o foco da batalha no leste ucraniano e o mapa de domínio russo está praticamente igual desde abril. As frentes de batalha se concentram atualmente em três pontos. Veja abaixo os mapas que mostram onde as tropas russas estão tendo dificuldade em avançar:

Donetsk e Luhansk

Tropas das duas regiões separatistas que foram o estopim da guerra demonstram cansaço e dificuldade em avançar sobre o território ucraniano. Segundo análise do Institute for the Study of War e do Critical Threats, dois órgãos que estudam em detalhes a guerra desde o seu início, essa é frente de batalha mais ativa. No entanto, há relatos de tropas que estão recusando continuar a lutar nesses locais.

Kharkiv

A segunda maior cidade da Ucrânia chegou a ser cercada e quase foi dominada pelas tropas russas no primeiro mês de guerra. O foco mudou após uma aparente desistência da Rússia em dominar a capital Kiev. As tropas que estavam alocadas para esse eixo foram reposicionadas para o leste da Ucrânia. A batalha continua com bombardeios constantes, mas sem a força que tinha no início, quando chegou a atacar dezenas de alvos civis em poucos dias, como uma torre de TV e um prédio de administração pública.

Zaporizhzhia

Região onde fica a maior usina nuclear da Europa está sob domínio russo atualmente e isso tem gerado grande preocupação internacional. A Ucrânia declarou que a Rússia faz do complexo um escudo, mas isso não impediu que novos ataques fossem feitos próximos de Zaporizhzhia. Os dois países se acusam mutuamente pelos ataques. O domínio dessa região é também uma vantagem estratégica por ter controle da produção e distribuição de energia.

Crimeia

Apesar de ser uma região de conflito bastante anterio — a Crimeia foi anexada pela Rússia em 2014 –, somente nas últimas semanas se tornou uma frente de batalha. Ataques feitos pela Ucrânia a um aeroporto surpreenderam turistas que estavam em um resort, aparentemente alheios à guerra. Agora, as tropas russas demonstram dar mais atenção ao território.

Próximos passos

As áreas ocupadas pela Rússia buscam consolidar o domínio através de controle administrativo do local. Em Kherson, uma das cidades dominadas desde o início da invasão, o governo russo indicou um prefeito sem qualquer tipo de consulta pública. Movimentos semelhantes são vistos em outras cidades e também aconteceu na Crimeia em 2014. No entanto, enfrentam resistência do povo ucraniano.

O IFSW acredita que serão feitos referendos para validar a administração russa e para que a população diga se quer ou não ser anexada à Rússia, ou seja, o governo russo planeja concentrar esforços para legitimar a invasão que começou em 24 de fevereiro.

Apesar da estagnação no avanço do domínio russo, e da dificuldade da Ucrânia em recuperar seus territórios, a guerra continua matando muitos civis e militares, além de deixar dezenas de cidades destruídas. E como disse o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em junho, “devemos nos preparar para o fato de que ela pode durar anos”.

Foto: divulgação

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