Os bancos registraram lucro líquido de R$ 132 bilhões em 2021, 49% a mais do que em 2020 e 10% superior a 2019, o que mostra uma alta inclusive em comparação aos níveis pré-pandemia, de acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira divulgado pelo Banco Central (BC) nesta terça-feira.
O documento aponta que três fatores principais explicam os resultados: crescimento da margem de juros, a redução de despesas com provisões e ganho de eficiência. “A rentabilidade do sistema deve se manter resiliente, mas os lucros tendem a crescer em ritmo mais lento. O cenário para 2022 é de atividade econômica mais fraca, menor crescimento do crédito, normalização da inadimplência e de custo de captação e operacional mais altos”, diz o relatório.
Como mostrou a coluna de Alvaro Gribel, o lucro dos bancos continua acontecendo após o início de funcionamento do Pix. O argumento do governo para que banqueiros assinassem a carta em defesa da democracia era que isso seria uma forma de retaliação pela queda nas receitas causadas pelo novo meio de pagamento. Na avaliação do BC, a margem de crédito está pressionada pelo custo de captação, com impacto da Selic mais alta em 13,75%, mas o “mix” de crédito mais rentável com taxas mais altas beneficiam o sistema.
“O ambiente de taxas de juros mais altas, porém, favorece a concessão de novos créditos a taxas mais altas. A migração para um perfil de carteira de maior retorno e risco, que começou em 2021 e deve continuar em 2022, também tende a favorecer o retorno do crédito ao longo de 2022”, aponta. O relatório mostra também que a receita de serviços oferecido pelos bancos cresceu 10% em relação a 2020 por conta de uma melhora na atividade econômica. Para esse ano, a expectativa é de menor crescimento. “Com a atividade econômica mais fraca prevista para este ano e a competição mais acirrada, a expectativa é de menor crescimento das receitas de serviços em 2022”, diz.
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