O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), elevou a taxa básica de juros, a Selic, para 13,75% em reunião nesta quarta-feira (03). O índice é o maior registrado no Brasil desde dezembro de 2016, quando o indicador atingiu a mesma marca. No mercado, analistas divergem sobre o futuro da taxa: uma ala acredita que o percentual deve se manter nesta marca até dezembro, enquanto outros apostam em um crescimento até 14%.
Na última atualização feita pelo BC, em junho, a Selic foi elevada a 13,25%. Até maio, os comunicados da instituição indicavam que o ciclo de elevações poderia ser encerrado em junho. No entanto, as altas além do previsto – promovidas pelo Federal Reserve (Fed, Banco Central dos Estados Unidos) e do Banco Central Europeu – adicionaram pressão sobre os juros brasileiros.
Depois de altas nos últimos meses, as estimativas de inflação têm caído. A última edição do boletim Focus reduziu a previsão de inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 7,30% para 7,15% neste ano. Em junho, as projeções para o IPCA chegaram a 9%. No acumulado dos últimos 12 anos, o índice está em 11,89%.
Para 2022, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2% e o superior, 5%. Os analistas consideram que o teto da meta será estourado pelo segundo ano consecutivo.
A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle. (O Tempo)
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