A contratação do lateral direito Marcinho, oficializada pelo Bahia nesta segunda-feira (1º), dividiu opiniões entre os torcedores. Antes mesmo da divulgação do acerto, o jogador foi alvo de protestos de torcedores. O atleta é réu em processo criminal e responde por homicídio culposo (quando não há a intenção de matar).
Apesar de bancar a contratação do lateral, o diretor de futebol do Bahia, Eduardo Freeland, explicou que o Esquadrão colocou em contrato uma cláusula que protege o clube em caso de condenação do jogador pela Justiça. O vínculo entre o tricolor e Marcinho vai até o fim da Série B.
“Nosso contrato vai até o final da Série B, em novembro. Logicamente o clube está se respaldando em cláusulas que protejam o clube em caso de condenação, mas enquanto a Justiça brasileira permitir que o atleta desenvolva o seu trabalho, o clube vai abrir as portas e permitir que ele possa trabalhar”, explicou Freeland.
Marcinho responde criminalmente por ter atropelado um casal de professores que atravessavam a rua no bairro do Recreio, no Rio de Janeiro, em 2020. Na época ele defendia o Botafogo.
Após o atropelamento, o jogador estacionou o carro e foi para casa de amigos. Imagens de câmeras de segurança flagraram o momento em que o atleta foge do local sem prestar socorro às vítimas. O professor Alexandre Silva de Lima morreu no local. A esposa dele, Maria Cristina, morreu dias depois.
Filha de Maria Cristina, Fernanda Soares Martins contou na época que na fuga, o jogador passou por cima do corpo de Alexandre. O carro que Marcinho dirigia ficou destruído.
No depoimento, o jogador disse que estava em uma confraternização e que saiu por um instante para ir a um supermercado. Marcinho foi indiciado por homicídio culposo. O inquérito ainda está aberto.
Em junho de 2021, Marcinho fez um acordo de indenização para os herdeiros das vítimas. O atleta pagará R$ 200 mil aos quatro netos menores de idade (R$ 50 mil para cada). O jogador tem um acordo extrajudicial com outros cinco parentes maiores de idade – os valores não foram divulgados.
Em junho deste ano, o lateral direito negociou a ida para o Pafos, do Chipre. O acordo com o clube europeu não se concretizou pois ele está impedido de deixar o país enquanto responde ao processo.
Nesta segunda-feira (1º), a campanha “Marcinho não” promovida por parte da torcida do Bahia, ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter no Brasil. Eduardo Freeland tomou para si a contratação e disse que “conhece o caráter de Marcinho”. Os trabalharam juntos no Botafogo.
“Entendendo o histórico que eu tenho com Marcinho, um jogador que eu tive o prazer de trabalhar na base do Botafogo, um jogador que recebi lá quando tinha 15, 16 anos. Conheci a sua conduta, o seu caráter e todo o entorno do Marcinho. É um jogador que sempre foi profissional em suas condutas, sério e dedicado”, afirmou o dirigente.
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