Segundo o indicador Serasa de inadimplência do consumidor na Bahia, mais de 4,1 milhões de baianos estavam com dívida em aberto em maio deste ano. No mesmo período de 2021, eram 3,9 milhões, o que representa aumento de 6,5% no número de consumidores inadimplentes. No mesmo período deste ano, o valor das dívidas negativadas superou a faixa de R$ 13 bilhões, alcançando o maior valor em quatro anos. As restrições para quem tem o nome de Serasa são o acesso ao crédito, por conta da redução do score de crédito do consumidor.
A pesquisa é complementada por afirmação da última pesquisa de endividamento e inadimplência do consumidor divulgada pela Fecomércio-BA, cujo levantamento mostra aumento no número de pessoas que não conseguem pagar o crédito que tomaram emprestado. Em junho, a taxa de famílias com contas em atraso chegou a 38,2%, quinta alta consecutiva e patamar mais elevado desde 2013. Atualmente, são 356,5 mil famílias inadimplentes, um aumento de 117 mil em relação ao mesmo período do ano passado.
A professora municipal de Salvador, Sarajane Bispo, 52, precisou contrair alguns empréstimos entre 2019 e 2020 para cuidar da saúde. Com esclerose múltipla, foi necessário pagar consultas caras, remédios, e até tentar um atendimento melhor em São Paulo. Passagens e hospedagens se somaram aos gastos e, no final, a servidora havia contraído cerca de R$ 15 mil no empréstimo consignado.
“Eu tenho renda pelo INSS [Instituto Nacional do Seguro Social], pelo governo do estado e pela prefeitura de Salvador, então o empréstimo foi distribuído em vários bancos: uma parte no Banco do Brasil, outra no Banco Bradesco, e outra no Banco Pan. Algumas já quitei, mas outras ainda tem parcelas, tem o valor real para quitar. Não foi de vez um valor só, eu pagava e financiava. A coisa foi muito grotesca, hoje eu sei disso, mas na época eu achava que era ‘ok’”, conta Sarajane. (Correio)
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