Pelo menos duas brasileiras denunciam casos de assédio dentro da ONG Arte de Viver, instituição indiana com sede em mais de 156 países. Na última semana, o influencer Adalberto Neto foi expulso de um evento no Rio de Janeiro ao questionar o guru Ravi Shankar, em visita ao Brasil, sobre os casos, que incluem também denúncias de outros países.
Ao jornal O Globo, duas das vítimas no Brasil contaram que foram abusadas por um mesmo líder religioso, que chegou a ser representante da ONG em toda América Latina. A terceira acusa um instrutor que deu aulas em Belo Horizonte, ela morava. Um dos casos, em São Paulo, levou a uma queixa registrada na Promotoria de Justiça Criminal de Santo Amaro.
No caso de São Paulo, a polícia investiga sob sigilo o indiano Swami Paramtej, cujo nome de nascimento é Pankaj Gupta, ex-mentor espiritual da ONG na América Latina. “Swami” é um título para os que escolhem viver em celibato e o indiano era considerado um homem de confiança de Ravi Shankar, fundador da entidade.
A mulher conta que Paramtej a tocou sem sua autorização em 2017, quando ela era encarregada de preparar uma vestimenta e servir chá para ele antes das aulas de meditação. Questionado, ele alegou que não era um ato sexual, mas “um ensinamento”. O episódio aconteceu quando ele a chamou para sentar ao lado dele na cama. A mulher frequentou a ONG por mais de 10 anos.
Paramtej também é denunciado por uma uruguaia, segundo O Globo. Ele visitava o país da vítima quando pediu que ela fizesse uma massagem nele e tentou mudar o canal de TV para um filme de sexo explícito, no que foi impedido por ela. O caso foi em 2012, mas ela diz que só conseguiu denunciar em março, após fazer terapia e entender melhor o episódio.
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