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TAXISTAS MUDAM ROTINA APÓS ASSALTOS À CATEGORIA SUBIREM 71%

Redação - 22/07/2022 07:32

Nos 30 dias de junho, 72 taxistas foram atacados em Salvador. O número representa o dobro das ocorrências registradas no mesmo período de 2021 e sinaliza para uma média de 2,4 taxistas vítimas de assalto por dia naquele mês. Mas, o que tem preocupado a categoria é que o número de profissionais assaltados no primeiro semestre desse ano é 71,6% maior do que no mesmo período do ano passado. Entre janeiro e junho ocorreram 374 assaltos a condutores de táxi, contra 218 no mesmo período de 2021.

Os dados são da Associação Geral de Taxistas (AGT). Diante da violência, motoristas criam formas de proteção como evitar cinto de segurança, não transportar casais e usar rastreadores de percurso nos veículos. Além do crescimento na quantidade de assaltos, a associação registrou também um aumento de 69% na quantidade de carros levados durante os assaltos. É que, enquanto 39 veículos foram levados pelos bandidos nos assaltos registrados no primeiro semestre de 2021, o número subiu para 66 no mesmo período de 2022.

Numa tarde de outubro do ano passado, Almiro Fonseca, 70 anos, tinha quebrado a promessa pessoal de nunca aceitar casais desconhecidos apanhados na rua como clientes. A viagem seguiu tranquila até que, na altura de Stella Maris, os dois passageiros anunciaram o assalto. Em desespero, o taxista abriu a porta do carro, quando a velocidade estava reduzida, e se jogou no mato. “Ele costuma andar devagar e já está sem o costume de usar cinto. Eu não consigo recriminar de modo algum. Se tornou algo como policiais, que claro que não vão usar cinto de segurança”, conta Almiro Junior, que, escondido do pai, pôs o rastreador no veículo dele. Estava preocupado com as notícias de assaltos aos taxistas.

Passados 15 minutos do roubo, o veículo já tinha sido rastreado. Avisado pelo pai do crime, Junior abriu o celular e acompanhou a movimentação do veículo ao redor da cidade por meio de um aplicativo conectado ao rastreador. Só por isso conseguiram recuperar o carro rapidamente. O custo do rastreamento é de R$ 50 mensais. “Agora fico acompanhando, se vejo ele rodando em tal velocidade, já acho estranho. Se está num lugar ‘boca quente’ [perigoso], fico de olho”, conta Junior. (Correio)

Foto: divulgação

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