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NOVO PRESIDENTE DA PETROBRÁS DEVE SEGURAR PREÇOS ATÉ O FINAL DA ELEIÇÃO

Redação - 28/06/2022 09:00

A estratégia do governo do presidente Jair Bolsonaro e lideranças do Congresso Nacional para que a crise da Petrobrás não interfira no processo político é que o novo presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade atue para evitar novos aumentos nos preços dos combustíveis pelo menos até as eleições, em outubro.  Andrade já ouviu pedidos dentro do governo também para avaliar se seria possível reduzir os valores cobrados da gasolina, do óleo diesel e do gás de cozinha.

Para tentar manter um discurso liberal e de respeito ao mercado, integrantes do governo argumentam que a empresa poderia segurar os reajustes por conta da volatilidade no mercado causada pela guerra na Ucrânia. Também citam o que chamam de “função social” da empresa e aderência à agenda ESG (sigla em inglês para meio ambiente, sustentabilidade e governança).

— Se eu puder dar uma sugestão, é uma sugestão, nós temos no mundo hoje uma agenda ESG, a agenda de governança, social e ambiental. Os países do mundo ocidental dão mundo valor à agenda ESG. Acho que cabe à Petrobras valorizar essa agenda porque é uma empresa que está listada em Bolsa. Paes de Andrade assumiu a empresa no lugar de José Mauro Ferreira Coelho, que renunciou na semana passada após reajustar os preços da gasolina e diesel e o governo federal elevar o tom da pressão contra o executivo.

Até agora secretário de Desburocratização do Ministério da Economia de Paulo Guedes, Caio Paes de Andrade não tem experiência no setor de petróleo, mas ganhou capital político em Brasília por conta da atuação no desenvolvimento de ferramentas digitais do governo. Nos últimos meses, Andrade se aproximou de Bolsonaro e do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente. Também se tornou mais próximo de políticos do Centrão, o grupo de partidos que dá sustentação ao presidente no Congresso. O nome de Andrade já era preferido desde que Joaquim Silva e Luna foi demitido do cargo, em março. Naquele momento, o então ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque insistiu que Andrade não era um bom nome por conta da sua inexperiência no setor de petróleo, e emplacou o seu ex-assessor Ferreira Coelho para a presidência da empresa.

Foto: divulgação Petrobrás

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