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PETROBRAS INDICA QUE PREÇO DO DIESEL CONTINUARÁ A SUBIR

Redação - 09/06/2022 13:20

Pressionada pelo governo para mudar a sua política de preços, a Petrobras sinalizou nesta quarta-feira (8), que o custo dos combustíveis – principalmente o do diesel – segue uma tendência de alta e assim continuará. Isso indica que as medidas anunciadas pelo presidente Jair Bolsonaro na segunda-feira para conter o preço dos combustíveis, como a isenção de impostos federais e o pagamento de ICMS zerado pelos Estados, não deverão ter o efeito esperado.

Em uma nota enviada à imprensa com “esclarecimento da Petrobras sobre a prática de preços de mercado”, a petroleira afirma que “não há fundamentos que indiquem a melhora do balanço global e o recuo estrutural das cotações internacionais de referência para o óleo diesel”. Na avaliação da Petrobras, o atual cenário mundial é de escassez e, como o Brasil é deficitário em produção de óleo diesel, tendo importado quase 30% da demanda total em 2021, o resultado é este: “poderá haver maior impacto nos preços e no suprimento”.

A estatal afirma ainda que esse cenário se tornou ainda mais provável porque o consumo nacional de diesel é historicamente mais alto no segundo semestre, devido ao aumento das atividades agrícola e industrial. “Ressalta-se, também, que o mercado interno registrou recorde de consumo de óleo diesel no ano passado e essa marca deverá ser superada em 2022”, declarou a empresa.

O comunicado da Petrobras é divulgado no momento em que o governo busca substituir o atual presidente José Mauro Coelho, que assumiu o comando da estatal em abril, por Caio Paes de Andrade, atual secretário especial de desburocratização do Ministério da Economia. A indicação precisa passar por uma assembleia-geral extraordinária de acionistas, que ainda não foi agendada. Desde o início do governo, Bolsonaro já demitiu três presidentes da Petrobras.

Segundo a Petrobra, fora do Brasil, há ainda um conjunto de fatores que deve puxar o preço dos combustíveis: o aumento sazonal da demanda mundial no segundo semestre; a menor disponibilidade de exportações russas decido às sanções econômicas ao país; e eventuais indisponibilidades de refinarias nos Estados Unidos e no Caribe, com a temporada de furacões que acontecem de junho a novembro.

“Diante desse quadro, é fundamental que a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado global seja referência para o mercado brasileiro de combustíveis, visando à segurança energética nacional”, afirma a companhia. O cenário detalhado pela empresa indica que a Petrobras não está disposta a mudar sua política de preços atrelada ao mercado nacional, com valores alinhados aos praticados em todo o mundo.

“Assim como qualquer outra commodity comercializada em economia aberta, a precificação de combustíveis no Brasil é determinada pelo balanço de oferta e demanda global, uma vez que produtos desta natureza possuem características físicas homogêneas e são produzidos, transportados e comercializados em larga escala por todo o mundo, tendo múltiplos ofertantes e demandantes”, declarou a empresa.

Foto: divulgação

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