Toda a polêmica relacionada ao cantor sertanejo Gusttavo Lima por conta dos cachês altíssimos cobrados em cidades pobres do interior tem a ver com um fundo de investimento e um empresário baiano da área de entretenimento.
A prática de contratar shows por valor acima do mercado sempre existiu em cidades do interior do Brasil, porque esses shows são despesas que não passam por licitação, por serem despesas com serviço de notável especialização, dando margem a um tipo de “rachadinha”, no qual o cantor aumenta o cachê e parte do recurso fica no município, sabe-se lá com quem.
Mas os valores aumentaram muito, após um fundo de investimento, o Four Even FIDC, comprar os shows de Gusttavo Lima e outros cantores sertanejos. O fundo comprou todos os 192 shows do cantor em 2022 e pagou a ele R$ 100 milhões. Ou seja, inflacionou o mercado, pagando R$ 520 mil por apresentação, e se comprometeu a depositar na conta do cantor antes de cada novo show. Como precisam tirar o lucro da negociação os donos do ativo “Gusttavo Lima” passaram a cobrar de R$ 700 mil a R$ 1,2 milhão por shows do cantos.
Uma parte do ativo “Gusttavo Lima” pertence a dois empresários baianos, Augusto Castro e Léo Góes, ex-sócios da On Line Entretenimento, companhia de Salvador que promove eventos musicais e gerenciou a carreira de artistas como o DJ Alok, o cantor Luan Santana e o próprio Gusttavo Lima., segundo informa o site Metrópoles e o jornal Valor Econômico, que afirma que Castro é o atual empresário de Gusttavo Lima. Outra parte pertence a Bete Dezembro, sócia do fundo e dona de uma conhecida produtora de shows de Manaus, a Fábrica de Eventos.
Um desse shows foi o negociado pela prefeita de Teolândia na Bahia por R$ 700 mil e suspenso por ordem do STF.