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BAHIA TEM 62 PESSOAS SUPERINTELIGENTES SEGUNDO ORGANIZAÇÃO

Redação - 01/06/2022 08:40 - Atualizado 01/06/2022

Se a inteligência também é sinal de humildade, ainda não há nada que prove. Por enquanto, ficamos com a percepção de um dos mais inteligentes da Bahia, o engenheiro soteropolitano Alexandro Ribeiro, 46 anos. Mesmo fazendo parte dos 2% de superdotados do Brasil, ele se vê apenas como alguém com “um interesse fora do comum”. Salvador é a única cidade do estado que está na rota da Associação Mensa Brasil, entidade que reúne pessoas e profissionais de altas capacidades intelectuais no país. Alexandro é membro da instituição. A Bahia tem, atualmente, 62 pessoas na Mensa Brasil. No país, a instituição já reúne 2 mil cadastrados e 600 ativos. A associação é a afiliada oficial da Mensa Internacional, principal organização de alto quociente de inteligência (QI) do mundo. Fundada no Reino Unido, em 1946, está presente em cerca de 100 países e conta com, aproximadamente, 145 mil membros.

O que para muita gente pode ser um pesadelo, para Alexandro sempre foi sinônimo de diversão: matemática. Foi por causa da paixão pelas exatas que amigos, professores e familiares perceberam, por volta dos seus 12 anos, que a habilidade dele superava a dos colegas. “É difícil falar em superinteligência. Na verdade, considero que tenho um interesse acima da média pelas exatas, pelo pensamento lógico e por tudo nessa linha. É primeiro uma paixão, aí depois a gente começa a se dedicar”, avalia.

Mas nem tudo são cálculos perfeitos. Quando o assunto é emoção, ele afirma que falta habilidade. Alexandro é afiliado a Mensa desde o final do ano passado, quando fez o teste da entidade pela segunda vez. A avaliação em questão identifica pessoas com altas habilidades e superdotação. A primeira vez que realizou foi em 1999, aos 20 anos, quando a associação ainda não tinha uma representação no Brasil. Passou, mas não se filiou por esse motivo. “Dessa vez vou conseguir seguir e espero contribuir de alguma maneira para a sociedade”.

Salvador é um dos locais em que acontece a rodada de testes no Brasil, aplicados sempre no último sábado de todos os meses ímpares. Em março deste ano, a entidade identificou 19 novos brasileiros superinteligentes. Entre eles, um era baiano, o estudante soteropolitano do 3º ano do Ensino Médio, Gabriel Negreiros, de 17 anos. Em maio, a aplicação da avaliação aconteceu no sábado (28), em Salvador e em outras cidades como Araraquara (SP), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília  (DF), Campinas (SP), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Ribeirão Preto (SP), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e São José dos Campos (SP). O teste é aplicado ao mesmo tempo em todo o país. O número de aprovados da última rodada ainda está sendo contabilizado.

“O conceito usado para definir a superinteligência é baseado na prevalência de alto quociente de inteligência  (QI), que é de 2% da população em geral. Para ser considerada superdotada, a pessoa precisa estar no percentual 98 ou superior dos maiores resultados de QI da população”, pontua o presidente da Mensa Brasil, Rodrigo Sauaia. “É preciso respeitar as características individuais de cada um. Outro aspecto relevante é que a inteligência não está restrita ao desempenho escolar ou acadêmico. Essas capacidades se expandem para outras áreas da vida, como atividades artísticas, esportivas, profissionais, idiomas, por exemplo”, esclarece.

Sempre que houver a suspeita, Sauaia recomenda que os pais procurem especialistas em superdotação para investigar. “As habilidades que constituem a inteligência são muitas, o que torna a inteligência, portanto, multidimensional e maleável. Existem capacidades intelectuais determinadas geneticamente e existem capacidades intelectuais determinadas por fatores ambientais. Descobrir o alto QI na infância pode contribuir em diversos aspectos da vida acadêmica, social e profissional do indivíduo”, complementa.

Os testes são feitos de forma presencial, conforme diretrizes do Conselho Federal de Psicologia (CFP), e a próxima rodada na Bahia está prevista para o dia 30 de julho. Podem participar pessoas com idade a partir de 17 anos. As inscrições custam R$ 98 e são realizadas no site mensa.org.br/admissao/ ou pelo e-mail [email protected].

“A superdotação costuma ser percebida na infância, geralmente pelos pais e educadores. Contudo, nem sempre uma habilidade acima da média indica que a criança tem alto QI. Quando o alto QI não é identificado precocemente, a criança pode se mostrar desinteressada na escola e mais vulnerável a críticas. Além disso, pode ter problemas de comportamento e questionar, demasiadamente, as regras”, revela o presidente da entidade.

No Brasil, em média, a população apresenta QI de 100 pontos, com variação de 15 pontos para mais ou para menos. Pessoas com altas habilidades e superdotação apresentam QI muito acima dessa média. Os valores podem variar para cada país e também de acordo com os diferentes tipos de testes. “Temos uma das maiores populações do planeta. Cerca de 2% dos habitantes do país podem apresentar sinais de altas habilidades, com um QI muito acima da média, porém ainda não há um mapeamento abrangente destes indivíduos”, comenta Rodrigo Sauaia.

Foto: divulgação

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