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A ELEIÇÃO DOS REJEITADOS

Redação - 16/05/2022 11:24

A eleição para Presidente da República em 2022 será uma eleição de rejeitados. A última pesquisa Ipespe contratada pela XP Investimentos, indica que 60% da população não votaria em Jair Bolsonaro (PL) “de jeito nenhum”, seguido por João Doria (PSDB), com 55% e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Ciro Gomes (PDT) empatados com 43%.

Baseando-se no resultado de eleições anteriores, esse percentual de rejeição torna menos competitivos todos os principais candidatos. Mas será que isso é importante? Sim, é importante, mas deve-se buscar qual a razão da rejeição para avaliar a competitividade dos candidatos.

A rejeição a Bolsonaro pode ser explicada pela rejeição ao homem, por causa de suas idéias extremadas, e a avaliação de seu governo, que não é boa. Por outro lado, a rejeição a Lula deve-se ao antipetismo e as denúncias de corrupção feitas pela Operação Lava-Jato.

Já no caso de Dória a rejeição é pessoal e não resultado de uma má avaliação de seu governo em São Paulo, além do candidato ainda ser pouco conhecido pela população. Ciro Gomes, por sua vez, tem a rejeição escorada no seu temperamento explosivo  e no nível considerável de desconhecimento que apresenta, apesar de ser sua quarta campanha presidencial.

O que os  candidatos terão de fazer para reduzir o índice de rejeição? Bolsonaro terá de melhorar os números do seu governo, o que não parece fácil na atual conjuntura.  Lula terá de buscar descaracterizar o antipetismo e tentar se aproximar do centro, o que ele tenta fazer com a colocação de Geraldo Alckmin como vice. Já Dória tem de descaracterizar a forma como os eleitores o veem, um político arrogante, oportunista e sem vínculo afetivo com as pessoas, tendo como único e exclusivo objetivo chegar ao poder.  E Ciro Gomes também precisa descaracterizar o rótulo de político intempestivo, brigão, incapaz de fazer alianças  e cuja metralhadora giratória atinge todo mundo.

Ora, sendo assim, o resultado da eleição estará na possibilidade do eleitorado chancelar ou não a taxa de rejeição dos candidatos.  E aí a campanha na televisão e as alianças estaduais vão ser as armas para reduzir a rejeição. Mas não será uma tarefa fácil, até porque cada candidato tentará aprofundar a rejeição do outro. Nesse contexto, não se pode descartar uma terceira via, com o lancamento de um nome novo. Simone Tebet se encaixa bem nesse figurino, tem um nome limpo, um partido estruturado em todo país  e baixa rejeição, mas tem desafio enorme: tornar-se conhecida pelo Brasil afora. (EP -16/05/2022)

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