O prefeito Bruno Reis (União Brasil) demonstrou indignação ao comentar as consequências do protesto realizado por 16 ex-funcionários do Consórcio Salvador Norte (CSN) na quinta-feira (12). O grupo reduzido bloqueou faixas da via em frente ao Shopping da Bahia, gerando extensos congestionamentos nas principais avenidas da capital baiana. Os reflexos do protesto se prolongaram até à noite.
Em entrevista coletiva, na manhã desta sexta-feira (13), o prefeito garantiu que no prazo de até três meses, os 800 ex-funcionários receberão as indenizações trabalhistas. Ao decretar falência, a empresa apontou a impossibilidade de cumprir as obrigações com os trabalhadores, ao passo que a prefeitura assumiu as negociações. Segundo Bruno, desde que os profissionais ficaram desempregados, a prefeitura tem garantido uma cesta básica mensal, além de ter feito intervenção junto à Delegacia Regional do Trabalho para liberar o Seguro Desemprego.
Para garantir o pagamento das indenizações, a prefeitura de Salvador, segundo Bruno, também assumiu a negociação de venda de um terreno pertencente ao grupo. “A MRV queria comprar o terreno por R$ 12 milhões. Depois de muita pressão, está comprando por R$ 20 milhões. Todo terreno é comprado a prazo, eu estou fazendo pagar à vista. Sabe quanto esse terreno devia ao banco? R$ 18 milhões. Só iria sobrar R$ 2 milhões. Para resolver a conta dos trabalhadores são 12 milhões. Eu fui para o Bradesco e, praticamente, impus a eles reduzir o débito de R$ 18 milhões para R$ 8 milhões”, explicou o prefeito.
“A empresa não tinha condições de pagar os débitos trabalhistas. Então, eles deveriam estar era fazendo passeata agradecendo ao prefeito. Se vão receber, é graças a nossa capacidade de articulação para garantir o pagamento, e fica um bocado de idiota falando besteira. Essa é a verdade! Deveriam estar na porta da prefeitura agradecendo. Tem burocracia. Tem que assinar contrato, fazer estudo da área. Isso vai levar um tempo, dois a três meses. Isso já foi dito claramente. Não adianta penalizar as pessoas porque não vai mudar a realidade. Não há o que ser feito mais. São trâmites burocráticos”, finalizou.
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