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GATOS DE ÁGUA CONTINUAM CRESCENDO EM SALVADOR

Redação - 05/05/2022 13:28

Adotar um gato pode ser tudo de bom, mas não quando o ‘gato’ é desviar a água da rede de distribuição para abastecer um imóvel, através de ligações clandestinas. A Empresa Baiana de Águas e Saneamento S/A (Embasa), responsável pelo abastecimento de água e esgotamento sanitário na Bahia, percebeu um aumento no aumento dos furtos do bem essencial. Em 54 mil visitas feitas pela Embasa em imóveis suspeitos de fraude, 30% deles confirmaram a presença do ‘gato’. Embora a estatística seja de 2019, a empresa disse à reportagem que as perdas de água se mantiveram nesse nível até hoje. Uma fiscalização realizada no bairro de Pituaçu, na Orla de Salvador, mostrou os prejuízos desse tipo de perda: de um único imóvel comercial, saiu um ‘gato’ que conseguiu desviar a soma de 1176 m³ de água através de uma reabertura feita na tubulação da Embasa.

São mais de um milhão de litros que poderiam abastecer outras casas e comércios da região. De acordo com a Embasa, o imóvel estava com débitos em atraso de vários meses, situação que leva à suspensão do fornecimento. Durante o período mais crítico da pandemia, a Embasa chegou a suspender o corte por falta de pagamento para os clientes inscritos na Tarifa Social, mas para os demais a interrupção acontece após um atraso de 30 dias. Assim, há quem se aventure a fazer o ‘gato’ para manter o fornecimento de água sem que se pague pelo consumo. “As ações fraudulentas vem crescendo e a Embasa mantém um trabalho focado no combate a fraudes e irregularidades das ligações inativas. O furto de água promove prejuízos financeiros para a empresa além de ocasionar problemas operacionais”, disse Leandro Castro, supervisor do Processo de Cobrança da companhia de abastecimento.

De acordo com o setor de fiscalização da Embasa,a maioria das ligações irregulares é encontrada em áreas de maior vulnerabilidade social. Entretanto, em muitas áreas nobres da cidade, em locais como construções e estabelecimentos comerciais, também há ‘gatos’. É importante saber que, assim que a fuga de água é identificada e removida pela companhia, o autor da ‘proeza’ é obrigado a pagar o que consumiu, com base num cálculo que leva em consideração o consumo dos últimos doze meses. Além disso, o ‘gato’ de água é considerado crime contra o patrimônio público e pode até acabar em cadeia, com detenção de um a quatro anos mais a multa de R$ 157 e o valor do serviço para devolver o hidrômetro à legalidade. E ainda sobra para quem paga suas contas em dia por causa do comprometimento na distribuição, chegando mesmo a interferir na qualidade da água que se consome. “Um aspecto muito sério é que o desvio e o furto de água prejudicam o abastecimento na vizinhança onde o ‘gato’ foi feito, pela redução do volume e da pressão na rede distribuidora”, alerta Thalita Vieira, gerente da Unidade Comercial da Embasa.

Foto: Romildo de Jesus

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