Você é uma daquelas pessoas que adoram encontrar soluções para os problemas alheios? Se a resposta for positiva, talvez sua profissão dos sonhos esteja ligada a uma das áreas mais promissoras para os próximos anos, mesmo para quem não tem formação na área das Tecnologias da Informação (TI). Trata-se do profissional voltado para a experiência do cliente, do inglês User Experience (UX). De acordo com o Designer e Professor da pós-graduação em Marketing Digital e Mídias Sociais da Unijorge Lau Yamazaki, a área trabalha com as soluções adequadas e úteis para os problemas e necessidades que se apresentam para usuários no dia a dia.
“Isso envolve desde o desenvolvimento de uma interface amigável num app até a estruturação de um serviço de atendimento ao público num banco, por exemplo”, explica, lembrando que o profissional deve ter um conhecimento de abordagens e metodologias para pesquisa, criação, testes e até transitar por disciplinas que tangenciam a área, como a psicologia, matemática, engenharia, programação. Ana Luiza Guimarães, coordenadora do MBI em UX Design & Strategy do Senai-Cimatec, reforça que o mercado tem demandado por profissionais para atuar diretamente com a experiência do usuário sempre associada à gestão e aos valores da marca/empresa. “O grande foco é integrar os objetivos do produto (físico ou digital) à experiência do usuário, fazendo com que ele seja o mais simples possível para a utilização, ao mesmo tempo que traga os maiores resultados para a empresa”, pontua.
Formação
A representante do Senai-Cimatec diz que para ser um profissional de UX Design é necessário fazer um bom curso de especialização na área, numa instituição que proporcione ao aluno vivenciar relações com profissionais experientes e que possam enriquecer sua nova trajetória de carreira. “Apesar do nome ser focado no Design, não necessariamente precisa ter formação nessa área. Muitos profissionais da Engenharia, TI, Marketing e Comunicação por exemplo, estão se especializando em UX para ampliar as possibilidades de atuação profissional, ou até migrando de carreira, tendo em vista a grande oferta de trabalho e os salários atrativos”, diz Ana Luíza, salientando que é fundamental ao profissional de User Experience treinar o olhar para entender empaticamente o usuário/cliente e associar as soluções às estratégias das empresas, gerando diferencial competitivo.
O MBI em UX Design & Strategy do Senai Cimatec, por exemplo, traz prática associada a teoria, ambiente inovador, network profissional, imersão no ecossistema Cimatec. “Além disso, os alunos participarão de um Hackathon ao final do curso, no qual empresas parceiras trarão desafios reais para serem solucionados por eles, junto com o nosso time de especialistas”, destaca Ana Luíza. O tempo de formação vai depender muito da disponibilidade do aluno para se dedicar no aprendizado, tanto na leitura quanto na prática. Além disso, essa formação é contínua. Quem começa na área nunca para de estudar. “Eu costumo dizer que o tempo mínimo para entender e aplicar para as vagas de início de carreira não pode ser menor do que 9 meses. É a gestação e o nascimento de um novo profissional”, completa Lau Yamazaki.
Atuação
Lau Yamazaki afirma que os profissionais de UX podem atuar em toda a cadeia do desenvolvimento de um produto ou serviço. “Startups, empresas consolidadas, agências, escritórios. Todo mundo precisa estar atento às experiências de seus usuários. Os profissionais de UX podem trabalhar desde a pesquisa de mercado até tomar as decisões executivas nas empresas que já tem o entendimento da importância do design no processo de crescimento”, explica o sênior em UX.
O professor da Unijorge destaca que a pessoa que queira entrar na área desenvolva algumas habilidades específicas (tanto técnicas quanto interpessoais) e tenha alguma experiência demonstrada geralmente em um portfólio ou estudo de caso. “Vale ressaltar que, mesmo quem nunca trabalhou na área pode, através de cursos, mentorias ou programas de imersão (bootcamps), se habilitar para concorrer às vagas de entrada e se desenvolver na área”, esclarece o educador.
Ana Luiza Guimarães é categórica em afirmar que, na Bahia, assim como em todo o país, as empresas estão trabalhando cada vez mais para ter marcas fortalecidas e para desenvolver produtos e serviços mais aderentes ao consumidor. “No nosso Estado temos grandes empresas e startups com trabalho direcionado ao UX que estão se destacando nacionalmente. Os salários de profissionais que atuam nas diversas competências do UX Design, normalmente iniciam em R$3.8 mil para uma atuação júnior e aumenta com a maturidade, chegando em 12 mil”, conclui.
Perfil profissional para o UX
Tecnólogo em programação em Jogo Digitais e graduando em Sistemas de Informação Luis Motta reforça que não há espaço em UX para ego inflado e falta de respeito. “Ser capaz de ouvir, colaborar e apreciar os outros e seus papéis são características incrivelmente importantes de um profissional de UX bem-sucedido”, ensina.
Motta – que já atuou como Design Ops Take Blip com experiência no processo de onboarding de cliente para garantir a eficiência operacional e em construção em contatos inteligentes para grandes empresas como Heineken, Skol, Nestlé e Netflix – afirma que para garantir uma vaga nesse mundo, o profissional precisa ter o seguinte perfil de habilidades técnicas e comportamentais:
Técnicas: Conceitos sobre a arquitetura da informação, Design Thinking, aplicação das heurísticas de usabilidade e dependendo da atuação um pouco sobre conceitos básicos de programação e desenvolvimento de software.
Comportamentais: Forte senso de empatia, habilidades de observação, comunicação, diplomacia e humildade, pois boa parte do trabalho é identificar dores e necessidades das pessoas e saber articular com elas e entender quais são os interesses, que muitas das vezes são bem diferentes.
Lugares que são referências para estudar e consultar:
Interactions Design Foundation;
Nielsen Norman Group – NN/g;
UX Collective BR;
learnux.io;
www.fieb.org.br.
(Correio)
Foto: divulgação